OPINIÃO
Tales: Lira prestou serviço ao despertar progressistas com PL sobre aborto
Colaboração para o UOL, em São Paulo
17/06/2024 12h25
Ao pautar o PL do aborto em uma votação-relâmpago na Câmara, que aprovou seu regime de urgência, Arthur Lira acordou os progressistas, que se mobilizaram e demonstraram seu repúdio ao projeto, afirmou o colunista Tales Faria no UOL News desta segunda (17).
Lira tomou um susto com o próprio gesto dele. A reação da opinião pública não era esperada nem por ele, nem pelos conservadores da Câmara. Nesse sentido, Lira prestou um grande serviço ao país porque despertou os progressistas, que não conseguiam ir às ruas. Há muito tempo, quem ia para a rua eram apenas os ultraconservadores.
Com essa brutalidade que foi a aprovação em regime de urgência na Câmara, Lira e os ultraconservadores acabaram despertando aquela parcela da sociedade que estava meio amortecida e calada. Tales Faria, colunista do UOL
Para Tales, a forte reação pública contra o PL do aborto, com manifestações em diversas cidades, demonstra que a sociedade brasileira não está passiva em relação a decisões que representem retrocesso.
Isso nos faz até ficar um pouco otimistas. Todos os analistas concluíram que o bolsonarismo não está morto, os ultraconservadores estão vivos e as manifestações deles mostram isso.
Mas agora também podemos dizer o seguinte: os progressistas não estão mortos. Conseguiram eleger um presidente e estão voltando às ruas, readquirindo a capacidade de protestar contra gestos truculentos como esse do Lira.
Com tudo isso, é bem provável que esse projeto do aborto, se não for abortado, pelo menos seja protelada sua tramitação. Tales Faria, colunista do UOL
Análise: PL do aborto atinge mulheres e meninas; é retrocesso civilizatório
O PL do aborto traz um retrocesso civilizatório jamais visto, e seu autor, o deputado federal Sóstenes Cavalcante (PL-RJ) divulga desinformação ao dizer que o PL não atinge mulheres e crianças, afirmou a advogada criminal Priscila Pâmela.
Essa extrema direita vive da propagação de fake news e se alimenta dessa rede de mentiras para desinformar a sociedade sobre os projetos que ela pauta. Mais uma vez, esse discurso é mentiroso. A pena anterior para a gestante era detenção de um a três anos. Com o projeto, ela se altera e passa a ser de reclusão de seis a 20 anos. É evidente que ele pune a gestante.
Essa postagem é uma desinformação e a propagação de mais um discurso falacioso de que o projeto não alcança as mulheres. É mais do que isso: alcança meninas que foram estupradas. Isso é abominável. É um retrocesso civilizatório nunca visto anteriormente. Priscila Pâmela, advogada criminal
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