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Josias: violência no Brasil é uma encrenca suprapartidária

A liderança da Bahia no ranking de cidades mais violentas do Brasil mostra que a segurança pública é um problema suprapartidário no Brasil, afirmou o colunista Josias de Souza no UOL News de hoje (18). O estado é governado há 18 anos pelo PT. Josias destacou que, enquanto a esquerda não sabe como lidar com a violência, a direita adota soluções inadequadas.

Segundo o Atlas da Violência 2024, 7 das 10 cidades com a maior taxa de homicídios do país ficam na Bahia.

A violência no Brasil é uma encrenca suprapartidária, porque estamos falando aqui, embora o PT sempre grudasse —e com razão— a pecha de armamentista, de defensor, de cultor da violência no Bolsonaro e nos seus seguidores, estamos falando aqui de estatísticas, 7 das 10 cidades mais violentas do Brasil estão na Bahia, um estado que está sob o controle do PT há 18 anos.

No final deste mandato, está lá o governador Gerônimo. O PT completará 18 anos de comando no estado da Bahia. Dois mandatos de Jaques Wagner, dois mandatos de Rui Costa e agora o governador Gerônimo, que também é do PT. O Jacques Wagner é líder do governo hoje no Senado, o Rui Costa chefia a Casa Civil e há um déficit de programas do governo Lula —Lula 3—, nessa área de segurança. A esquerda brasileira não sabe como tratar desse problema. A direita sabe como tratar. Trata de forma inadequada.

Josias destacou que, apesar dos altos índices de homicídios no país, tanto o governo do ex-presidente Jair Bolsonaro quanto o governo do presidente Lula não conseguiram apresentar nenhuma solução para o problema de segurança pública.

Todos sabemos, isso é uma informação imutável, que o Brasil tem uma taxa alarmante de homicídios, especialmente contra jovens negros. Os negros estão acima de 70% na taxa de vítimas. Qualquer cristão, qualquer pastor, qualquer deputado evangélico, estaria alarmado com esses dados, mas a bancada evangélica do Congresso Nacional, majoritariamente bolsonarista, está aí pegando em armas contra o aborto.

Esse drama é suprapartidário e nenhum dos lados oferece algo que se pareça, que se aproxime de uma solução. Tomou posse aí o ministro Lewandowski, em sucessão ao Flávio Dino, que foi o primeiro ministro da Justiça do terceiro mandato do Lula, e não se ouve, não tá na vitrine, não veio à vitrine ainda, um ano e meio de governo, nenhuma outra proposta que se pareça com um programa de segurança pública.

Como passamos quatro anos de gestão Bolsonaro, também não vimos nada que se parecesse com segurança pública. O PT já esteve no governo durante dois mandatos do Lula, um mandato e meio da Dilma Rousseff, também não surgiu nada que se parecesse com uma solução para segurança pública. Então, estamos diante de um problema suprapartidário e rodamos com o parafuso espanado, como se esse problema fosse insolúvel, como se o país estivesse no centro do insolúvel. Josias de Souza, colunista do UOL.

Josias: Campos Neto se enrola em corda que ele mesmo forneceu a Lula

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Foi o próprio Roberto Campos Neto quem forneceu material para Lula criticá-lo duramente na entrevista que deu hoje à rádio CBN, avaliou Josias de Souza. O colunista chamou a atenção para o comportamento do presidente do Banco Central, que mantém relações próximas com bolsonaristas.

Politicamente, Lula está fazendo o que sempre fez desde que começou seu terceiro mandato: está espinafrando Campos Neto, que é o presidente do Banco Central que ele herdou da gestão Bolsonaro.

A diferença em relação aos ataques que vinha proferindo contra Campos Neto desde que tomou posse é que, agora, Lula enrola no pescoço do presidente do Banco Central uma corda que foi fornecida pelo próprio Campos Neto. Josias de Souza, colunista do UOL

Landim: Até que ponto fala de Lula sobre PL do aborto se tornará prática?

A postura crítica de Lula sobre o projeto de lei que equipara o aborto legal ao homicídio precisa valer também na prática, afirmou Raquel Landim. A colunista alertou para possíveis armadilhas caso a proposta seja modificada, mas mantenha sua essência.

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Lula foi preciso ao dizer que esse projeto não pode ser tratado como forma de provocá-lo. Ele não é simplesmente uma disputa política. O projeto vem sendo tratado na Câmara, pelo próprio governo, pela oposição, pelo PL e por Arthur Lira como uma disputa política. São vários elementos, mas não pelo que ele é: restringir o aborto para a menina pobre.

O presidente acerta quando diz isso. Mas o ponto todo é: ele vai colocar isso em prática? O governo chega atrasado a esse debate. Vale lembrar sempre que o governo liberou a bancada e concordou com a votação em urgência desse projeto. Raquel Landim, colunista do UOL

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Quando: De segunda a sexta, às 10h e 17h.

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