Lula ignora rombo e diz que Lava Jato tentou destruir a Petrobras
O presidente Lula (PT) voltou a criticar a Operação Lava Jato e negar os casos de corrupção na Petrobras, apesar de o TCU (Tribunal de Contas da União) ter atestado um rombo nas contas da empresa.
O que aconteceu
Lula participou nesta quarta (19) da posse da nova presidente da petrolífera, Magda Chambriard. Desde que iniciou seu terceiro mandato, o presidente tem procurado reabilitar as empresas que participaram do escândalo —a Petrobras foi a maior delas.
Sem fazer referência aos desvios comprovados, Lula disse que a Lava Jato "não queria combater a corrupção", mas sim destruir a imagem da empresa. "Queriam entregar esse extraordinário patrimônio nas mãos de petrolíferas estrangeiras. Quando não conseguiram, passaram a vender fatias da Petrobras", disse. No mesmo discurso, fez críticas contundentes à tentativa de privatização da companhia.
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Na fala, Lula ignorou os prejuízos aferidos por órgãos de fiscalização. Em 2020, o TCU estimou que o cartel de 24 empresas identificado pela Lava Jato gerou um rombo de R$ 18 bilhões (R$ 23,8 bilhões, corrigidos pela inflação) na petrolífera.
Sem citar o senador Sergio Moro (União), ex-juiz do caso, disse que os envolvidos "não têm grandeza". "Quem fez toda leviandade das denúncias contra a Petrobras, toda a leviandade contra muita gente nesse país, inclusive da Petrobras, não tem agora a coragem de pedir desculpa pelo engano cometido", criticou.
Chambriard na Petrobras
Magda Chambriard tomou posse como conselheira e presidente da Petrobras. Ela passou a integrar o Conselho imediatamente, não sendo necessária a convocação de Assembleia de Acionistas para esse fim.
A indicada por Lula tem ampla experiência no setor. A indicação ocorreu após o desligamento de Jean Paul Prates, que permaneceu à frente da empresa desde janeiro de 2023. Ele atribui sua saída aos ministros Rui Costa (Casa Civil) e Alexandre Silveira (Minas e Energia), que teriam ficado "regozijados" com sua demissão.
Magda será a segunda mulher a comandar a estatal. A executiva se juntará a Graça Foster (2012-2015) como as únicas mulheres a presidirem a Petrobras em 70 anos. Antes da indicação, ela foi diretora-geral da ANP (Agência Nacional do Petróleo) entre 2012 e 2016.