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'Não há provas contra mim', diz advogado de Bolsonaro indiciado pela PF

Fabio Wajngarten, advogado do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) Imagem: TON MOLINA/FOTOARENA/ESTADÃO CONTEÚDO

Do UOL, em São Paulo

04/07/2024 18h45

Fabio Wajngarten, advogado de Jair Bolsonaro e ex-secretário de Comunicação, é um dos indiciados pela Polícia Federal no caso das joias recebidas pelo ex-presidente durante visitas oficiais ao exterior como chefe de Estado. Ele disse que foi indiciado por cumprir sua função de advogado.

O que aconteceu

Wanjgarten foi indiciado por lavagem de dinheiro e associação criminosa. Em sua defesa, o ex-secretário afirmou: "Defendi um cliente, sendo que em toda a investigação não há qualquer prova contra mim".

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Afirmou ainda que a iniciativa da Polícia Federal de pedir seu indiciamento no caso dos presentes recebidos pelo ex-presidente é "arbitrária, injusta e persecutória". "É uma violência inominável e um atentado ao meu direito de trabalhar."

Wanigarten disse ainda que vai recorrer do indiciamento e classificou a ação da PF como "abuso de poder".

Veja a íntegra da nota de Fabio Wajngarten:

O meu indiciamento pela Polícia Federal se baseia na seguinte afronta legal: advogado, fui indiciado porque no exercício de minhas prerrogativas, defendi um cliente, sendo que em toda a investigação não há qualquer prova contra mim. Sendo específico: fui indiciado pela razão bizarra de ter cumprido a Lei!

Explico.

Minha orientação advocatícia foi a de que os presentes recebidos pelo ex-presidente da República fossem imediatamente retornadas à posse do Tribunal de Contas da União, em defesa de qualquer dúvida sobre questionamentos em relação ao interesse público. E conselho jurídico não é crime.

Minha sugestão foi acolhida e os presentes entregues imediatamente e integralmente recolhidos ao TCU. Como está cabalmente comprovado, inclusive pela própria PF, só tomei conhecimento do fato após ser noticiado pela imprensa e agi com integridade profissional.

Fui indiciado, como está provado, por cumprir a Lei!

Continuarei com meu trabalho advocatício e recorrerei à OAB para garantir meu direito constitucional de trabalhar sem intimidações e sem sofrer lawfare de natureza política.

Também recorrerei a todas as instâncias da Justiça para conter o abuso de poder e essa atitude arbitrária de um integrante da PF, que não pode ser confundido com a corporação como um todo.

Portanto, a iniciativa da Polícia Federal de pedir meu indiciamento no caso dos presentes recebidos pelo ex-presidente é arbitrária, injusta e persecutória. É uma violência inominável e um atentado ao meu direito de trabalhar.

Vazamentos anteriores da própria PF demonstraram cabalmente que eu jamais participei de qualquer negociação em torno da compra e venda dos presentes, que aliás só soube deles pela imprensa. Repito que apenas dei uma orientação jurídica para a devolução deles ao TCU, o que foi feito.

Como assessor de imprensa e advogado do ex-presidente da República busquei informações com alguns auxiliares e ex-auxiliares dele sem jamais - repito, sem jamais - participar de qualquer tipo de negociação. Tentar me incriminar é absurdo e revela a fragilidade das acusações sistematicamente feitas pela Polícia Federal nos últimos 18 meses.

A PF sabe que não fiz nada a respeito do que ela apura, mas mesmo assim quer me punir porque faço a defesa permanente e intransigente do ex-presidente Bolsonaro. Se a intenção é a de me intimidar, não conseguirão.

Ver o triunfo do Estado Policial por aqueles que se disseram vítimas dele, usado contra adversários políticos, certamente é um capítulo tenebroso de nossa Democracia e será devidamente corrigido, ao tempo e a hora, por nossas instituições.

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