Quaest: 66% concordam com críticas de Lula ao Banco Central

Pesquisa Quaest divulgada nesta quarta-feira (10) aponta que 66% dos entrevistados concordam com as críticas do presidente Luiz Inácio Lula da Silva à política de juros do Banco Central.

O que aconteceu

Outros 23% disseram não concordar com as falas do petista. Ainda segundo o levantamento, 11% não souberam opinar ou não responderam. Apesar do resultado, 64% afirmaram não ter tomado conhecimento das críticas, enquanto 34% responderam que ficaram sabendo.

Entre os eleitores de Lula no 2º turno das eleições de 2022, 77% disseram concordar. Já 16% responderam que discordam; não souberam ou não responderam, 8%. Daqueles que votaram no ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), 51% concordam com as falas e 36%, não. Outros 13% não souberam ou não responderam.

A pesquisa ainda questionou se os entrevistados sabiam que o presidente do BC, Roberto Campos Neto, havia sido indicado por Bolsonaro. Entre aqueles ouvidos pela Quaest, 69% disseram não ter conhecimento, enquanto 29% afirmaram saber.

Na avaliação de 53%, Campos Neto tende a usar critérios técnicos na condução do BC. Para 28%, o presidente da instituição poderia tomar decisões sem base em critérios técnicos. Outros 19% não souberam/não responderam.

A Quaest também perguntou se as críticas de Lula foram as principais responsáveis pela alta do dólar nos últimos dias. Para 53%, não. Na avaliação de 34%, as falas tiveram relação com o aumento na cotação da moeda americana; 13% não responderam/não souberam.

Para 75%, a alta do dólar vai provocar aumento do preço dos alimentos e da gasolina no país. Na avaliação de outros 18%, não terá impacto. 7% não souberam/não responderam.

Pesquisa ouviu 2 mil eleitores com 16 anos ou mais, em 120 municípios, entre os dias 5 e 8 de julho. O levantamento tem índice de confiança de 95%.

Dólar e críticas de Lula

A moeda americana registrou alta na semana passada com críticas do presidente a Roberto Campos Neto e à autonomia do BC. No dia 2 de julho, o dólar fechou a R$ 5,66, o maior valor desde janeiro de 2022. A alta foi mpulsionada principalmente por declarações contrárias à instituição e em meio a um cenário de incertezas sobre os gastos do governo. O cenário externo, com juros altos e eleições próximas nos Estados Unidos, também pressionam o câmbio, e a divisa já acumula alta de mais de 16% em relação ao real neste ano.

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No dia 4, a moeda fechou abaixo de R$ 5,50 após declarações do petista sinalizando compromisso com a política fiscal. Na mesma data, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, anunciou que o governo cortaria R$ 25,9 bilhões em despesas no orçamento para ajudar no cumprimento da meta fiscal. No dia anterior, o presidente havia interrompido a série de ataques ao BC e à política monetária.

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