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Preso do 8/1: quem é Naime, que teria reformado casa com Pix de 'patriotas'

CPMI do 8 de janeiro escutou o coronel Jorge Eduardo Naime, ex-chefe do Departamento de Operações da Polícia Militar do Distrito Federal Imagem: Roque de Sá/Agência Senado

Colaboração para o UOL*

23/07/2024 12h51

A casa do coronel Jorge Eduardo Naime Barreto, ex-chefe de operações da PM do DF, está passando por reformas após a família ter recebido doações de apoiadores enquanto ele estava preso. As informações são do Metrópoles.

Em publicação nos Stories do Instagram, a esposa de Naime, Mariana Adôrno Naime, disse que a reforma foi realizada após a soltura do coronel, com o dinheiro que ele recebeu de sua aposentadoria. "Deixo claro que o momento em que pedi apoio financeiro foi quando o Naime, ainda preso, teve suspenso seu salário, única fonte de renda que tínhamos", escreveu.

Quem é o coronel Naime?

Ex-comandante de operações da Polícia Militar do Distrito Federal. Na corporação, o coronel Jorge Eduardo Naime atuou nos batalhões de operações com cães e operações especiais.

Ganhou reconhecimento na corporação. Em 1999, o coronel foi premiado com a medalha comemorativa por dez anos de bons serviços prestados a PMDF.

Também trabalhou na Secretaria de Estado de Turismo do DF. Naime também ocupou o cargo de subsecretário na Secretaria de Estado de Turismo do Distrito Federal, de 2012 a 2014.

Ele é formado em direito pela Associação de Ensino Unificado do Distrito Federal. Naime tem ainda bacharelado em segurança pública pela Academia de Polícia Militar de Brasília. O coronel conta também com especializações em segurança pública pela Universidade Federal da Paraíba e em direitos humanos pela Secretaria Nacional de Segurança Pública.

Alvo da 5ª fase da operação Lesa Pátria. Naime foi preso preventivamente em fevereiro de 2023 por suspeita de omissão antes e durante as invasões nas sedes dos três Poderes, em 8 de janeiro daquele ano. Ele já havia sido afastado do Departamento Operacional da PM-DF no dia 10 de janeiro.

Ele teria atrasado propositalmente a linha de contenção da PM no 8 de janeiro. Isso segundo o ex-interventor da Segurança Pública do Distrito Federal Ricardo Cappelli. A defesa rebate, porém, dizendo que Naime estava de licença no dia e que não tinha conhecimento sobre o planejamento dos atos golpistas que viriam a acontecer nas sedes dos Três Poderes.

Foi réu no caso neste ano. O coronel se tornou réu no caso em fevereiro deste ano, junto com outros seis integrantes da antiga cúpula da PMDF.

Aposentou-se em maio deste ano. Em maio, Naime foi transferido para a reserva remunerada da PMDF —o equivalente à aposentadoria dos militares. Conforme consta em publicação no Diário Oficial da Distrito Federal, a aposentadoria foi requerida pelo próprio coronel por ter cumprido o tempo mínimo de serviço na PMDF exigido por lei.

Obteve liberdade provisória. Também em maio, o ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal), concedeu liberdade provisória ao coronel. Moraes considera que Naime não representa mais risco à apuração do caso. Enquanto preso, ficou na Papuda e foi transferido para a prisão militar do 19º Batalhão de Polícia Militar.

Mesmo solto, Naime deverá, ainda, usar tornozeleira eletrônica. Ele está proibido de sair do Distrito Federal. Outras medidas cautelares são o comparecimento semanal em juízo, o recolhimento domiciliar noturno e aos fins de semana, a proibição de usar redes sociais e a suspensão de eventuais autorizações para o porte de armas.

*Com Agência Brasil e Estadão Conteúdo

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