Queixa de Zanatta contra Erika Hilton por ofensas na Câmara é levada à PGR
A PGR (Procuradoria-geral da República) recebeu uma notícia-crime da deptada federal Júlia Zanatta (PL-SC) contra a colega Erika Hilton (PSOL-SP) por ofensas feitas durante uma sessão da Câmara em 6 de junho.
O que aconteceu
Zanatta denunciou Hilton ao Ministério Público pelo crime de violência política de gênero. A queixa foi recebida pela PRR1 (Procuradoria Regional da República da 1ª Região) e encaminhada à PGR. O procedimento de receber a queixa-crime é padrão, e o órgão ainda vai analisar o caso para decidir que providências serão tomadas.
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Na ocasião, Hilton chamou Zanatta de "ridícula", "feia" e "ultrapassada". A discussão ocorreu na Comissão de Defesa dos Direitos da Mulher da Câmara, fora do microfone, e foi divulgada em vídeo pelo deputado Nikolas Ferreira (PL-MG). Hilton disse a Zanatta: "Você não tem respeito, você é ridícula, você é feia, ultrapassada. Vai hidratar esse cabelo. Vai se cuidar, pelo amor de Deus".
Pelo mesmo episódio, Hilton acionou o MPF contra Ferreira por transfobia, em 12 de junho. Após Hilton xingar Zanatta, Ferreira saiu em defesa da colega de partido. O deputado disse "pelo menos é 'ela'", ou seja, insinuou que a parlamentar do PSOL não seria mulher.
As duas denúncias tramitam atualmente na PGR, que analisa os casos. Tanto Zanatta como Hilton fazem, em suas representações, um pedido de indenização de R$ 5 milhões por danos morais coletivos.
Procurada pelo UOL, Hilton nega ter cometido crime contra Zanatta. Por meio de sua assessoria, a congressista afirma que "está segura de que o suposto pedido não tem qualquer fundamento, pois nenhuma ofensa à honra foi proferida".
Nikolas publicou, em suas redes, o vídeo que deu origem aos dois processos. Naquela reunião na Câmara, convocada para discutir as políticas do governo federal para as mulheres, ele pressionou a ministra da pasta, Cida Gonçalves, a dizer se o governo considera mulheres trans como mulheres. A ministra não deu uma resposta direta a essa pergunta.