Como é relógio de ouro branco de R$ 60 mil que Lula diz que vai devolver

O presidente Lula (PT) disse que irá devolver um relógio de luxo recebido de presente, embora o TCU (Tribunal de Contas da União) tenha decidido que ele pode ficar com a peça.

Como é o relógio

Peça é da marca Cartier e teve valor estimado em R$ 60 mil. O relógio modelo Santos Dumont foi presente da própria fabricante durante as comemorações em Paris do "Ano do Brasil na França", em julho de 2005, no primeiro mandato do presidente, em homenagem ao brasileiro considerado pai da aviação.

Feito de ouro branco 16 quilates e prata 750. O item conta com a gravação do nome de Lula e foi registrado no Sistema de Informação do Acervo Presidencial.

Entenda a decisão do TCU

Tribunal entendeu que Lula, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e outros mandatários não precisam devolver presentes enquanto não houver lei específica sobre isso. A ação foi apresentada pelo deputado federal Sanderson (PL-RS) e pedia que o petista fosse obrigado a devolver o relógio. Para o parlamentar, bem deveria ser encaminhado ao acervo público da Presidência da República.

Julgamento é central para a defesa de Bolsonaro. Ex-presidente foi indiciado pela Polícia Federal por desvio de dinheiro devido aos episódios de venda no exterior de joias e presentes recebidos por ele enquanto era presidente. Na sexta-feira (2), a defesa de Bolsonaro pediu ao STF (Supremo Tribunal Federal) o arquivamento do caso alegando que não cometeu nenhuma ilegalidade e que caberia ao TCU analisar primeiro o pedido de devolução do relógio de Lula, antes de as investigações avançarem.

Presidente afirmou durante a reunião ministerial desta quinta-feira (8) que vai devolver o relógio. Aos auxiliares, Lula revelou que telefonou para o presidente do TCU, Bruno Dantas, e manifestou a ele sua irritação com a decisão da Corte. Na conversa, avisou Dantas que está decidido a devolver o relógio ao tribunal. A outros interlocutores, Lula também disse que pode doar o Cartier, em benefício de alguma causa social.

Para Lula, a posição de ministros da corte ligados a Bolsonaro se alinhou à tese da defesa do ex-presidente com o claro objetivo de criar condições para absolvê-lo no caso das joias sauditas. A AGU (Advocacia-Geral da União) vai recorrer da decisão do TCU e orientou Lula a aguardar o novo julgamento antes de tomar qualquer atitude sobre o destino do relógio.

*Com Estadão Conteúdo e Deutsche Welle

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