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7 de Setembro de Lula terá Zé Gotinha e atletas para se afastar da direita

O presidente Lula (PT) e a primeira-dama Janja da Silva no 7 de Setembro de 2023: neste ano será menor Imagem: Ricardo Stuckert/PR

Do UOL, em Brasília

05/09/2024 05h30Atualizada em 05/09/2024 14h24

Com orçamento reduzido, o desfile de 7 de Setembro deste ano em Brasília vai ressaltar pautas do governo Lula (PT) para tentar afastar a data do bolsonarismo.

O que aconteceu

Lula convidou os chefes dos três Poderes e todos os ministros do STF (Supremo Tribunal Federal). Com o tema "Independência e democracia", o evento deve apostar em uma celebração do Estado. Em contraposição, a oposição promoverá outro ato contra o ministro Alexandre de Moraes, do STF, com a participação do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), na avenida Paulista, em São Paulo, na mesma data.

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O evento foi impactado pelos bloqueios feitos pelo governo. Os gastos foram reduzidos quase pela metade, para R$ 10 milhões. O aperto está tão grande que o Ministério da Defesa e a Secom (Secretaria da Comunicação Social) chegaram a considerar cancelar a solenidade, mas acabaram voltando atrás pela simbologia do dia.

Medalhistas e deferência a estado atingido pelas chuvas. O governo convidou atletas que participaram das Olimpíadas de Paris e haverá uma homenagem ao Rio Grande do Sul, que sofreu com as enchentes no primeiro semestre.

Distância do bolsonarismo

O desfile pretende abordar pautas do governo. Irão desfilar forças públicas que atuaram no Rio Grande do Sul, profissionais da saúde e um boneco do Zé Gotinha. Também haverá estandartes das bandeiras do países participantes do G20, que será realizado no Rio de Janeiro, em novembro.

Um dos objetivos é afastar cada vez mais a data do bolsonarismo. Segundo pessoas que participaram da organização, o governo tenta restabelecer a data como uma celebração de Estado, como era antes da gestão Bolsonaro, que conseguiu tomar para si a comemoração.

Escolhidas a dedo, pretendem mostrar a marca da gestão Lula. Investimento na saúde pública, em contraposição a que foi feito durante a pandemia de covid-19, e avanços da pauta internacional são dois dos principais diferenciais do presidente em relação ao governo anterior.

Bolsonaristas chamam para Paulista

Desvincular da direita conservadora. O 7 de Setembro foi usado por Bolsonaro, inclusive durante a campanha à reeleição em 2022, e até hoje segue como uma demonstração de força de apoiadores do ex-presidente.

Não à toa, neste ano, apoiadores escolheram a data para marcar um protesto contra Moraes. O pastor Silas Malafaia e deputados da oposição, como Nikolas Ferreira (PL-MG), marcaram uma manifestação contra o ministro, alvo constante de bolsonaristas, e vão usá-la para inflar as assinaturas de um abaixo-assinado que pede o impeachment de Moraes. No dia seguinte, os parlamentares entregarão o documento no Congresso.

Moraes não confirmou presença. Entre os ministros do STF, só o presidente Luís Roberto Barroso deu sinal positivo ao Planalto. Também devem estar presentes a maioria dos ministros do governo.

Cinto apertado

Corte no orçamento. Com planejamento inicial custando R$ 16 milhões, foi reduzido para R$ 13 milhões e fechou em R$ 10 milhões. O principal corte se deu em maquinário e número de militares que desfilam —principal gasto do cerimonial, considerando locomoção e hospedagem do contingente.

Não vem nada de fora. Os helicópteros também foram cortados: eles custam cerca de R$ 10 mil por hora. Oito deles viriam da Base Aérea de Anápolis (GO), a cerca de 160 km da capital federal, e outro do Pará. Mas essa ideia foi cancelada

Esquadrilha da fumaça está mantida. A exibição tradicional do esquadrão aéreo é um dos pontos altos do desfile —do qual Lula também é um entusiasta. A apresentação terá custo de cerca de R$ 700 mil.

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