Bolsonaro promove candidatos em ato de 7 de Setembro em Copacabana
O presidente Jair Bolsonaro (PL) se cercou de candidatos durante o evento cívico-militar de 7 de Setembro, em Copacabana, na zona sul do Rio, reforçando o clima eleitoral do ato.
No palco montado para o evento, próximo ao Forte de Copacabana, Bolsonaro esteve ao lado do governador do Rio e candidato à reeleição, Cláudio Castro (PL); dos deputados federais Daniel Silveira (PTB-RJ) e Clarissa Garotinho (União Brasil-RJ) —ambos postulantes ao Senado, porém Silveira teve a candidatura barrada pelo TRE-RJ —; do candidato a vice-presidente Braga Netto (PL) e do ex-ministro da Saúde Eduardo Pazuello, que tenta uma vaga de deputado federal pelo PL.
Além dos candidatos, também estavam na tribuna o empresário Luciano Hang, o humorista Castrinho e o ministro da Defesa, Paulo Sérgio.
Após as apresentações militares, Bolsonaro (PL) discursou por 15 minutos em um trio do pastor Silas Malafaia. A seu lado, apareceram novamente Cláudio Castro e Braga Netto. Ainda estavam presentes o ministro das Comunicações, Fábio Faria; o ministro-chefe da Casa Civil, Ciro Nogueira; o senador Flávio Bolsonaro (PL) e o deputado federal da bancada evangélica Sóstenes Cavalcante (PL-RJ).
No discurso, mais candidatos. Em seu discurso, o presidente lembrou "patriotas" que os ajudou e citou três ex-ministros: Tarcísio de Freitas (Infraestrutura), candidato ao governo de São Paulo; Marcos Pontes (Ciência e Tecnologia), candidato ao Senado por São Paulo; e Damares Alves (Mulheres, Família e Direitos Humanos), candidata ao Senado pelo Distrito Federal.
Castro em campanha: O governador do Rio aproveitou o evento em Copacabana para pedir votos. Após descer do trio onde esteve ao lado de Bolsonaro, ele circulou pela avenida Atlântica cumprimentando apoiadores, enquanto um veículo tocava um jingle de sua campanha.
Candidato inelegível: Com o corpo projetado para fora em um veículo em movimento, o deputado federal Daniel Silveira, que teve a candidatura ao Senado barrada pela Justiça Eleitoral, acenava para o público durante o ato. Alheios ao impedimento da sua candidatura, pessoas ligadas ao político distribuíam santinhos de Silveira.
Onde está Queiroz? Em uma rua transversal à avenida Atlântica, havia dois veículos adesivados e com bandeira do Brasil no capô fazendo campanha para Fabrício Queiroz, candidato a deputado federal pelo PTB. Ex-assessor de Flávio Bolsonaro, Queiroz é apontado como operador da rachadinha no gabinete do filho mais velho de Jair Bolsonaro na Alerj (Assembleia Legislativa do RJ).
Joel Santana: Até cabos eleitorais do técnico de futebol, que tenta uma vaga de deputado federal pelo PROS, aproveitaram o evento para distribuir santinhos.
Confusão. O deslocamento de milhares de pessoas provocou empurra-empurra e confusão na avenida Atlântica, nas proximidades do trio elétrico do pastor Silas Malafaia, onde Bolsonaro discursou — o carro estava parado entre as ruas Francisco Sá e Sousa Lima.
Com o fluxo de pessoas tentando se aproximar do presidente, houve princípios de briga. Idosos tiveram que sair carregados. Por pouco, pessoas não foram pisoteadas. Por conta disso, centenas de pessoas deixaram a orla de Copacabana durante o discurso do presidente.
Movimento fascista: Um grupo de jovens que acompanhou o ato usava camisas pretas com a palavra "integralismo" ao lado da letra grega sigma, símbolo do movimento fascista brasileiro surgido nos anos 1930.
"Defendemos a causa nacionalista, com o Estado mais forte e finanças auditáveis pelo povo", disse um deles, que se identificou com um "nome de guerra", afirmou ter 29 anos e trabalhar como técnico de enfermagem.
Pelo céu: Enquanto o público aguardava por Bolsonaro, paraquedistas fizeram manobras no céu à frente do caminhão de som onde ele iria discursar. O trio elétrico ficou perto da estrutura militar.
Ao menos três saltadores sobrevoaram o mar de Copacabana, dois deles soltando fumaça azul e verde. Aviões da Aeronáutica também passaram sobre a avenida Atlântica, acompanhados de aplausos do público.
Embaixo, os trios revezavam os hinos Nacional, da Independência e da Bandeira e o jingle de Bolsonaro, Capitão do Povo.
Esquenta. O pastor Silas Malafaia, que recebeu Bolsonaro no trio, fez uma fala de dez minutos. Ele saudou Bolsonaro e disse que "lugar de bandido é na cadeia, não em Brasília", citando nominalmente o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), primeiro colocado nas pesquisas.
Malafaia vem fazendo discursos contra Lula e o sistema eleitoral. Ele chegou a pedir, em um culto, para que as urnas eletrônicas "travem".
Chegada em motociata. A comitiva de Bolsonaro com motociclistas, acompanhada por batedores e veículos oficiais, chegou pela avenida Rainha Elizabeth, onde militares formaram um cordão de isolamento para que o comboio pudesse passar pelos apoiadores.
Houve um princípio de tumulto próximo ao palco montado perto do Forte. "Ninguém mais passa! Tem criança aqui!", gritou uma mulher, em meio a uma multidão, onde não era possível circular.
Tradicionalmente, o desfile cívico-militar no Rio acontece na avenida Presidente Vargas, mas Bolsonaro pressionou para que o evento fosse transferido para a avenida Atlântica, na orla de Copacabana —onde apoiadores do presidente costumam se reunir em manifestações.
Com resistência por parte de generais, o presidente desistiu da ideia, mas pediu que a Marinha e FAB (Força Área Brasileira) realizassem um ato alusivo em Copacabana, onde aconteceram apresentações da esquadrilha da fumaça e salvas de canhão.
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