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Escultura da Justiça já tomou banho, foi cercada e testemunhou confusões

Escultura da Justiça após explosões na praça dos Três Poderes, em Brasília Imagem: EVARISTO SA / AFP

Do UOL, em São Paulo

16/11/2024 05h30

Imagens da escultura A Justiça, na praça dos Três Poderes, em Brasília, viralizaram nos últimos dias, depois que um homem detonou explosivos em frente à estátua. Inaugurada em 1961, a obra já foi alvo de vários ataques.

A história da escultura A Justiça

Foi esculpida em bloco de granito e tem 3 metros de altura. A obra localizada em frente ao prédio do STF (Supremo Tribunal Federal) é de autoria do mineiro Alfredo Ceschiatti (1918-1989), amigo de Oscar Niemeyer (1907-2012).

A escultura mistura referências de figuras mitológicas que representam a justiça. Ela remete a Têmis e a Iustitia, divindades grega e romana, respectivamente.

Os olhos vendados significam imparcialidade. É um elemento comum nas representações de Iustitia, reforçando o equilíbrio e a ausência de distinção entre as pessoas julgadas.

A espada significa a força e a lei. Isso lembra que as decisões da Justiça não são um pedido, mas uma ordem. Na estátua em frente ao STF, a arma está no colo da figura feminina, em repouso.

Escultura não tem balança. A obra em Brasília exclui o famoso símbolo associado à justiça, que também representa o equilíbrio no julgamento.

Há várias interpretações para a estátua. Entre elas, a análise de um país que está sob controle e até mesmo visões críticas que apontam lentidão da Justiça brasileira. Nas redes sociais, após as explosões da última quarta-feira (13), a imagem da estátua foi resgatada, como símbolo de resiliência.

Foto de 2012 alerta ser proibido subir na estátua da Justiça Imagem: Sergio Lima/Folhapress

Protestos e ataques

A estátua já foi alvo de ataques e protestos. Veja imagens ao longo dos anos:

1999: parlamentares e membros do MST tentam cobrir a estátua da Justiça em protesto contra a absolvição de PMs envolvidos no massacre de sem-terra em Eldorado do Carajás (PA) Imagem: Alan Marques/Folhapress
2000: José Zunga, então presidente da CUT (Central Única dos Trabalhadores) do Distrito Federal, cola notas de R$ 1 na estátua em protesto contra a concessão do auxílio-moradia para juízes Imagem: Carlos Eduardo/Folhapress
2007: grupo faz protesto em apoio ao frei Dom Luiz Cappio, que fazia greve de fome contra a transposição do Rio São Francisco Imagem: Ricardo Marques/Folhapress
2008: mulher com deficiência deposita flores na estátua da Justiça em ato pela liberação de pesquisas de células-tronco Imagem: Lula Marques/Folhapress
2008: estátua da Justiça cercada com grades, durante julgamento do STF sobre o processo da demarcação da reserva indígena Raposa/Serra do Sol (RR) Imagem: Lula Marques/Folhapress
2010: policiais em volta da estátua da Justiça durante manifestação por intervenção federal no DF Imagem: Sérgio Lima/Folha imagem
2012: em greve, servidores do Judiciário protestam em frente ao STF Imagem: Lula Marques/Folhapress
2013: indígenas protestam contra a proposta que transfere ao Congresso o poder de demarcar terras indígenas Imagem: Alan Marques/ Folhapress
2016: manifestantes em ato pelo fim da violência contra a mulher e contra a cultura do estupro Imagem: Alan Marques/ Folhapress
2023: 'Perdeu, mané' foi escrito na estátua no ato antidemocrático de 8 de janeiro. Frase foi a mesma usada meses antes pelo presidente do STF, Luís Roberto Barroso, a apoiadores de Jair Bolsonaro que o xingaram durante viagem aos EUA Imagem: Pedro Ladeira/Folhapress
2023: Débora Santos picha a estátua da Justiça com a frase 'Perdeu, mané' Imagem: Gabriela Biló/Folhapress
2023: estátua foi lavada no dia seguinte aos atos golpistas Imagem: Gabriela Biló/Folhapress

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