Raquel Landim

Raquel Landim

Siga nas redes
Só para assinantesAssine UOL
Reportagem

Agronegócio desconfia que França pediu para empresas reclamarem do Brasil

O agronegócio brasileiro desconfia que o governo da França pediu as suas grandes multinacionais que reclamem publicamente dos produtos brasileiros como uma última tentativa de tentar brecar o acordo Mercosul - União Europeia.

O que despertou a suspeita do empresariado foi a coincidência das manifestações de três empresas: não só o Carrefour, mas também Danone e Tereos. No Brasil, a Tereos é a fabricante do Açúcar Guarani.

Antes do Carrefour colocar em dúvida a qualidade da carne brasileira, levando os frigoríficos nacionais a boicotarem a rede no Brasil, outras duas gigantes do agronegócio francês já haviam se manifestado.

O CEO do grupo Tereos, Olivier Leducq, escreveu em seu Linkedin contra o acordo Mercosul - União Europeia e disse que os produtores brasileiros não respeitam regras ambientais e sociais.

"Em um momento em que nossos cooperados estão focados na implementação de práticas de agricultura regenerativa, como nossas explorações agrícolas poderão enfrentar a concorrência desleal de produtos importados que não respeitam as mesmas normas ambientais e sociais?" escreveu Leducq.

Segundo apurou a coluna, postagem provocou revolta no setor de açúcar e álcool e a empresa teria se desculpado localmente, mas não ainda não houve retratação da matriz. A

No final de outubro, a Danone teve que vir a público negar uma informação de que teria parado de comprar soja brasileira. A notícia irritou os produtores brasileiros, que passaram a defender um boicote contra os laticínios da empresa.

Fontes do setor de frigoríficos afirmam que já está faltando carne em lojas do Carrefour fora dos eixos Rio-São Paulo-Minas Gerais e que a situação vai se agravar a partir de meados dessa semana a varejista não voltar atrás nas críticas infundadas à qualidade da carne brasileira.

O "desespero" do governo francês, explicam fontes que acompanham de perto às negociações, é que o acordo Mercosul - União Europeia está previsto para finalmente ter o aval político no dia 6 de dezembro.

Continua após a publicidade

Depois de três décadas de negociação, o tratado foi assinado em 2019, mas não foi regulamentado. Acabou reaberto por novas exigências ambientais dos europeus, mas, depois de muita negociação, as divergências estariam superadas, com exceção da França.

Reportagem

Texto que relata acontecimentos, baseado em fatos e dados observados ou verificados diretamente pelo jornalista ou obtidos pelo acesso a fontes jornalísticas reconhecidas e confiáveis.

Deixe seu comentário

Só para assinantes