Suicídio é causa 'mais provável' da morte do homem-bomba no DF, diz laudo

O laudo de perícia da PF (Polícia Federal) aponta suicídio como "causa jurídica mais provável da morte" de Francisco Wanderley Luiz, que morreu após detonar explosivos na Praça dos Três Poderes em Brasília (DF), em 13 de novembro.

O que aconteceu

Relação entre vestígios e quadro psicológico justificam conclusão do laudo. O documento cita o "terno espalhafatoso" que, segundo os peritos, remete ao personagem Coringa e uma camiseta vestida por Luiz, ilustrada com "um homem empurrando um fila de peças de dominó" como formas de ele passar uma mensagem.

A vítima não considerava a própria morte como um ato isolado, mas sim dentro de um contexto e conectada a uma série de eventos futuros. Mais precisamente, desencadeando essa série de eventos. Ou seja, provavelmente a vítima se enxergava como o pequeno homem na ilustração, cujo papel seria servir como gatilho e, através da própria morte, deflagrar uma reação em cadeia que levaria a um todo maior
Trecho do laudo da PF

Homem-bomba morreu por "traumatismo cranioencefálico provocado por explosão", diz laudo. De acordo com o documento, as lesões no cadáver indicam que Luiz segurava o artefato explosivo "junto à própria cabeça" no momento da explosão. Há, por exemplo, "múltiplas fraturas" na mão direita.

Laudo descarta morte por tiro. "Foi feita exaustiva investigação no sentido de excluir a ação concomitante de um disparo de arma de fogo. No fim, tais análises nos levaram somente a constatar vários fatores —bem como a ausência de alguns deles— que falam CONTRA essa hipótese", informa o documento.

Ataque aconteceu por volta de 20h30

Luiz tentou invadir sede do STF (Supremo Tribunal Federal). Ele portava explosivos e, impedido de entrar, atirou alguns dos artefatos contra a fachada do prédio. Em seguida, deitou-se na Praça dos Três Poderes e morreu em função de mais uma explosão.

Homem-bomba foi candidato a vereador em Santa Catarina. Luiz recebeu 98 votos e não se elegeu em Rio do Sul (SC), em 2020. Quatro meses antes do ataque, ele se mudou para Brasília em busca de trabalho, segundo familiares. A família diz que não sabia dos seus planos.

Episódio aconteceu quase anos após o 8 de janeiro. Em 2023, atos antidemocráticos terminaram em confronto e depredações em Brasília. Apoiadores de Jair Bolsonaro (PL) marcharam pelo Eixo Monumental e invadiram prédios públicos. Até hoje, vândalos respondem a processos na Justiça por causa dos episódios.

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