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PF recupera dados de celular de homem que atacou STF e busca por envolvidos

Corpo de Francisco Wanderley Luiz, em frente ao prédio do STF, após a explosão de bombas que ele carregava Imagem: Pedro Ladeira/Folhapress

Do UOL, em Brasília

05/12/2024 05h30

A Polícia Federal conseguiu recuperar os dados do celular de Francisco Wanderley Luiz, que morreu no ataque à sede do STF (Supremo Tribunal Federal) com explosivos no mês passado.

O que aconteceu

PF quer mais informações sobre plano e possíveis outros envolvidos. O conteúdo do aparelho já está com a equipe da Diretoria de Inteligência da Polícia Federal. Vai ser analisado seu conteúdo para tentar descobrir mais detalhes do planejamento do ataque e se há mais suspeitos envolvidos ou financiadores.

Aparelho foi encontrado em trailer alugado pelo autor do ataque. Recuperação do conteúdo foi considerada difícil, segundo fontes ligadas à investigação, pois aparelho estava bastante danificado depois da explosão. Equipe do Instituto de Criminalística da PF em Brasília enviou o aparelho para São Paulo, onde peritos conseguiram extrair todo o conteúdo.

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Material voltou a Brasília nesta semana. Investigação é conduzida pela divisão de combate ao terrorismo da PF, subordinada à Diretoria de Inteligência. Investigadores analisam as mensagens trocadas para tentar descobrir mais detalhes sobre a organização do atentado e o eventual envolvimento de mais pessoas no ocorrido.

Homem-bomba tinha trailer com fogos de artifício. Veículo estava ao lado do carro de Francisco Wanderley Luiz, no estacionamento do anexo 4 da Câmara dos Deputados, que fica próximo ao STF. Trailer estava carregado com fogos de artifício, que explodiram instantes antes de ele atacar o Supremo com bombas caseiras. Ninguém se feriu nos ataques, só Wanderley Luiz morreu após explodir um dos artefatos em sua cabeça.

Investigação ainda deve realizar perícias. Integrantes da corporação ainda realizam a perícia do local do atentado, nas imediações do STF, o que não deve terminar ainda neste ano, segundo apurou o UOL. Também está em preparação o exame toxicológico de Francisco Wanderley Luiz. O laudo necroscópico, feito para determinar a causa da morte, apontou que o autor do atentado faleceu por "traumatismo cranioencefálico provocado por explosão".

De acordo com o documento, as lesões no cadáver indicam que Luiz segurava o artefato explosivo "junto à própria cabeça" no momento da explosão. Há, por exemplo, "múltiplas fraturas" na mão direita.

Ataque aconteceu por volta de 20h30

Luiz tentou invadir sede do STF (Supremo Tribunal Federal). Ele portava explosivos e, impedido de entrar, atirou alguns dos artefatos contra a fachada do prédio. Em seguida, deitou-se na praça dos Três Poderes e morreu após mais uma explosão.

Homem-bomba foi candidato a vereador em Santa Catarina. Luiz recebeu 98 votos e não se elegeu em Rio do Sul (SC), em 2020. Quatro meses antes do ataque, ele se mudou para Brasília em busca de trabalho, segundo familiares. A família diz que não sabia dos seus planos.

Ex-mulher ateou fogo na casa deles em SC e morreu. Ela ateou fogo em si mesma e na casa onde os dois moraram em Rio do Sul (SC). Daiane Dias, 41, morreu 16 dias após o incidente. Ela teve queimaduras de 1º, 2º e 3º graus, segundo o Corpo de Bombeiros.

A Polícia Civil de Santa Catarina concluiu que o incêndio foi causado propositalmente. O caso aconteceu no dia 17 de novembro, quatro dias após seu antigo companheiro e dono da casa provocar explosões em frente ao STF (Supremo Tribunal Federal). Daiane incendiou o lar e permaneceu dentro, sendo retirada apenas com a chegada de vizinhos.

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