Bolsonaro diz que Trump o convidou para posse e pede para Moraes liberá-lo

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) afirmou que foi convidado para participar da posse do presidente eleito dos EUA, Donald Trump, e que pediu ao ministro do STF Alexandre de Moraes para que seu passaporte seja liberado.

O que aconteceu

Bolsonaro se disse honrado com o convite de Trump. "Muito honrado em receber do Presidente dos EUA, [Donald Trump], convite para a sua posse e de seu Vice Presidente JD Vance, no próximo dia 20 de janeiro". Após a certificação do Congresso americano sobre a vitória do republicano, a posse foi marcada para o dia 20 de janeiro.

Com o passaporte retido, ex-presidente está proibido de deixar o país por determinação de Moraes. O documento foi confiscado pela Polícia Federal em fevereiro do ano passado, durante a operação que investiga a existência de uma organização criminosa responsável por atuar em tentativa de golpe de Estado e abolição do Estado Democrático de Direito depois das eleições de 2022.

Bolsonaro disse que seu advogado pediu a Moraes a liberação do passaporte para a viagem aos Estados Unidos. "Meu Advogado, Dr. Paulo Bueno, já encaminhou para o Ministro Alexandre de Moraes pedido para eu reaver meu passaporte e assim poder atender a este honroso e importante evento histórico", postou no X, nesta manhã.

Bolsonaro agradeceu ao filho Eduardo Bolsonaro (PL-SP) pelas articulações políticas com a família Trump. "Agradeço a meu filho, o deputado federal pelo excelente trabalho nesta relação com a família do Presidente Donald J. Trump", escreveu. No vídeo compartilhado no post, Eduardo Bolsonaro afirma que "Trump também foi vítima de uma perseguição, de um ativismo judicial". Ele se refere à invasão ao Capitólio em 2021 promovida por apoiadores do republicano. Na ocasião, o comitê que investigou o ataque disse que Trump incentivou os atos de violência.

Bolsonaro recebeu convite para ir à posse do republicano em novembro, segundo o ex-ministro Gilson Machado. A expectativa dos bolsonaristas que estavam na comitiva que viajou aos EUA naquele mês para acompanhar o desfecho das eleições presidenciais é que o ex-presidente consiga ir à cerimônia que reconduzirá Trump à Casa Branca. "Tem que acabar com esse negócio de reter passaporte. Acho que ele vai conseguir ir para a posse", disse Gilson Machado Neto ao UOL.

Pedido por passaporte foi negado em 2024

Defesa de Bolsonaro já tentou reaver o documento outras vezes. Em março, o ex-presidente pediu o documento para viajar a Israel, onde visitaria o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu. Moraes argumentou que, como a investigação ainda está em curso, seria "absolutamente prematuro" flexibilizar a restrição.

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Outro pedido foi realizado pela defesa de Bolsonaro em outubro. Em uma petição do dia 20 de outubro, o advogado do ex-presidente argumentou que "não foi apresentado nenhum indício que justificasse a alegação de risco de fuga" e que a proibição de se ausentar do país é "desprovida de fundamentação idônea, concreta, específica e individualizada".

Moraes também negou o pedido. O ministro afirmou que a retenção do documento continuaria necessária porque o desenrolar dos fatos já teria demonstrado possibilidade de tentativa de fuga. Para Moraes, a Polícia Federal apresentou "provas robustas de que os investigados concorreram para o processo de planejamento e execução de um golpe de Estado, que não se consumou por circunstâncias alheias às suas vontades".

Em novembro, Bolsonaro parabenizou Trump pela vitória eleitoral e disse esperar que o cenário americano inspirasse o Brasil. "Que a vitória de Trump inspire o Brasil a seguir o mesmo caminho", disse o ex-presidente. Inelegível por decisão do TSE (Tribunal Superior Eleitoral), ele disse que espera ter "uma nova oportunidade de restaurar o Brasil". "Talvez tenhamos uma nova oportunidade de restaurar o Brasil como uma terra de liberdade, onde o povo é senhor de seu próprio destino", disse.

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