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Josias: Lula aparenta cair em conto do vigário de príncipe saudita

O presidente Lula (PT) precisa se cercar de cuidados para não cair em uma armadilha ao se aproximar de Mohammed bin Salman Al Saud, príncipe herdeiro e primeiro-ministro da Arábia Saudita, afirmou o colunista Josias de Souza no UOL News desta terça (14).

Ontem, Lula telefonou para o príncipe saudita para tratar de temas da agenda bilateral. O petista convidou Mohammed bin Salman Al Saud, apontado como o responsável pela doação das joias milionárias ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), para uma visita ao Brasil.

Lula passa a impressão de que está caindo em um conto do vigário que já foi aplicado pelo príncipe saudita no Bolsonaro. Não foi o primeiro contato dos dois; Lula se reuniu no final de 2023 com esse príncipe ditador. Conversaram sobre uma suposta intenção da ditadura saudita em despejar no Brasil investimentos de US$ 10 bilhões, que vão e saem da vitrine com uma frequência atordoante.

Essa mesma promessa havia sido feita lá atrás, em 2019, pelo príncipe a Bolsonaro, que saiu dizendo estar assegurado pois havia recebido o compromisso de um investimento da Arábia Saudita de US$ 10 bilhões, que até agora não veio.

Quando Lula passou pela Arábia Saudita em 2023, disse haver um leque de opções para investimentos no Brasil e que faria um grupo de trabalho para discutir essas alternativas. Ninguém sabe desse grupo e dos US$ 10 bilhões. E Lula se aproxima de novo do príncipe saudita com o pressuposto de que os petrodólares virão para o Brasil.

Lula está flertando com um conto do vigário no qual Bolsonaro já caiu. Isso é meio constrangedor. O príncipe está aproveitando para fazer sua diplomacia internacional e se aproveitando da boa-fé dos presidentes brasileiros. Os petrodólares não chegam, mas o presidente está fazendo o papel dele. Como reza a cartilha da diplomacia, um Estado não tem amigos; tem interesses. Josias de Souza, colunista do UOL

Josias chamou a atenção para o silêncio dos apoiadores de Bolsonaro com relação às conversas entre Lula e o primeiro-ministro saudita.

Sempre que Lula flerta ou se encontra com um ditador, o bolsonarismo se aproveita, vai às redes sociais e realça a suposta falta de compromisso do presidente com os valores democráticos. Mas o bolsonarismo está em silêncio porque o príncipe Bin Salman era um ditador de estimação do Bolsonaro. Foi ele quem deu aquelas joias que o encrencaram. O silêncio do bolsonarismo é impressionante neste caso. Josias de Souza, colunista do UOL

O UOL News vai ao ar de segunda a sexta-feira em duas edições: às 10h, com apresentação de Fabíola Cidral, e às 17h, com Diego Sarza. Aos sábados, o programa é exibido às 11h e 17h, e aos domingos, às 17h.

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Veja a íntegra do programa:

Opinião

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43 comentários

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Rafael Oliveira

Não estamos em silêncio, estamos apenas desapontados com esse príncipe infiltrado. Se soubéssemos que se tratava de um comuna, jamais teríamos aceitado seus presentes. Capitão, queira devolver imediatamente aquelas joias. Sem mais, os patriotas.

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Eduardo Said

Você está de brincadeira, o sujeito com 80 anos e 'raposa  velha da política', vai cair em conto do vigário? O que existe neste caso  é o interesse financeiro, mas ainda não se sabem de quem. Escrúpulos e senso moral não existe neste governo e muito menos no anterior. Vergonha. 

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João Luís Nery

Um cara que saiu da presidencia e usou 13 containers para carregar seus presentes, acha que precisa de seu conselho ? Quem caiu na armadilha foi o brasileiro, que achou que ele mudou e se regenerou depois da cadeia

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