Congresso é iluminado com cores da bandeira trans a pedido de Erika e Duda
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Do UOL, em São Paulo
30/01/2025 14h02
A sede do Congresso Nacional foi iluminada com as cores da bandeira trans na noite desta quarta-feira (29) a pedido das deputadas federais Erika Hilton (PSOL-SP) e Duda Salabert (PDT-MG).
O que aconteceu
Iluminação homenageou Dia Nacional da Visibilidade Trans. A data é comemorada desde 2005, quando o Ministério da Saúde lançou a campanha "Travesti e Respeito".
Dia existe para promover visibilidade de pessoas trans e travestis. Além disso, a data foi instituída com o objetivo de chamar a atenção para a necessidade dessa parcela da população de acesso aos mesmos direitos que o restante dos brasileiros em áreas como saúde, educação e emprego.
"Ninguém apagará nossa luz", afirmou Erika Hilton. Em publicação nas redes sociais, a deputada disse que tem um compromisso com a luta "pela existência plena e a vida digna de cada pessoa trans deste país" — apesar do "Congresso conservador" que, segundo ela, se opõe a avanços do grupo.
"Só visibilidade não basta mais", disse Duda Salabert. "Não aceitaremos mais que levantem nossa bandeira e usem nossos corpos para se promover, conquistar votos e depois negociem nossos direitos", afirmou a deputada no Instagram.
Parlamentar reclamou de lentidão na reformulação do processo transexualizador pelo Ministério da Saúde. Segundo Duda, a iniciativa está em negociação desde 2023 e há um texto pronto com a nova versão para o procedimento — mas que ainda não foi publicado. "Não aceitaremos mais retrocesso", disse ela.
Câmara foi palco de ataques transfóbicos ao longo dos últimos dois anos. Em 2023, o deputado Nikolas Ferreira (PL-MG) se vestiu de mulher para fazer um discurso preconceituoso na tribuna. Já no ano seguinte, o mesmo parlamentar atacou Erika durante uma discussão na Comissão dos Direitos da Mulher.
Retórica antitrans virou parte do discurso conservador no mundo todo. Recém-empossado nos Estados Unidos, o presidente Donald Trump fez alguns acenos nesse sentido durante a disputa pelo cargo no ano passado. A mesma situação já havia sido verificada no Brasil em 2022, quando Bolsonaro (PL) era presidente.
Dia Nacional da Visibilidade Trans também visa estimular o combate à discriminação e preconceito. Levantamento divulgado pela ONG Rede Trans Brasil indicou que 105 pessoas trans foram mortas no país ao longo do ano passado. Nos últimos nove anos, houve 1.181 assassinatos do tipo no Brasil.