Curva em ascensão
Passados 95 dias desde o primeiro caso oficial, o Brasil atinge a marca de meio milhão de infectados pelo novo coronavírus. O país agora soma 514.849 diagnósticos de covid-19, segundo os últimos números do Ministério da Saúde, ficando atrás apenas dos Estados Unidos.
Enquanto países da Europa veem comércios e escolas reabrirem e ensaiam uma gradual volta à normalidade, o Brasil torna-se novo epicentro da pandemia no mundo.
O Brasil também soma 29.314 mortes. Com isso, só perde para EUA, Reino Unido e Itália no total de vidas perdidas para a doença. E somos um dos únicos países a ainda registrar mais de mil novas mortes pela doença diariamente —isso aconteceu quatro vezes na última semana.
Os números negativos dividem a atenção com o cenário político conturbado. Desde que a pandemia chegou, o país já assistiu a pedidos de demissão de dois ministros da Saúde, Luiz Henrique Mandetta e Nelson Teich, e do secretário nacional de Vigilância em Saúde, Wanderson de Oliveira, além da saída do ministro da Justiça, Sergio Moro. No dia em que registrou tal marca, o Brasil viu manifestações em Brasília e também em São Paulo, que acabou em confusão.
Nesse meio-tempo, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) chamou a covid-19 de "gripezinha", incentivou e participou de aglomerações, entrou em atrito com prefeitos e governadores favoráveis ao isolamento social e fez piada com a hidroxicloroquina —medicamento que defende mesmo sem comprovação científica de sua eficácia.
E foi assim que chegamos aos 500 mil casos.