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OMS: África deve se preparar para 'o pior' diante da pandemia do coronavírus

A África Subsaariana registrou a primeira morte devido ao coronavírus ontem - AFP
A África Subsaariana registrou a primeira morte devido ao coronavírus ontem Imagem: AFP

19/03/2020 08h59

A África Subsaariana registrou sua primeira morte pelo coronavírus ontem, a de uma política de alto escalão de Burkina Faso. O principal partido de oposição do país, a União para o Progresso e a Mudança (UPC), afirmou em comunicado que a vítima era sua deputada, Rose-Marie Compaore, primeira vice-presidente do parlamento.

Com a notícia, o presidente da OMS (Organização Mundial da Saúde) disse que o continente " deve se preparar para o pior". "A África deve acordar", disse Tedros Adhanom Ghebreyesus em uma coletiva de imprensa em Genebra, observando que "em outros países vimos como o vírus acelera após um certo ponto de inflexão".

O presidente da OMS ainda disse que a África Subsaariana registrou 233 infecções, mas alertou que os números oficiais podem não refletir a situação real. "Provavelmente há casos que não foram detectados ou que não foram relatados", afirmou.

Comparativamente, a África tem um número número de mortes e infecções por coronavírus menor, mas nos últimos dias o número de infecções aumentou significativamente.

Os especialistas alertaram sobre o risco de que a covid-19 pode representar para o continente africano devido à sua infraestrutura de saúde precária, taxas de pobreza, conflitos, falta de saneamento urbano e superlotação de suas cidades.

As autoridades médicas de Burkina Faso anunciaram nesta quarta-feira que o número de infecções aumentou para 27. Já na África do Sul, a economia mais industrializada do continente, houve um aumento de 30% no número de casos, elevando o total para 116. Nas proximidades, a Zâmbia anunciou seus dois primeiros casos. Trata-se de um casal que havia retornado de férias de dez dias na França.

Em toda a África, segundo uma contagem da AFP, houve 576 casos detectados até ontem. Destes, 15 foram fatais: seis no Egito, cinco na Argélia, dois no Marrocos, um no Sudão e um no Burkina Faso. Comparados ao resto do mundo, esses números são relativamente baixos, já que o número global de mortes já ultrapassou 8.000, enquanto quase 210.000 infecções foram registradas no total.