Após ficar em coma e quase morrer, jovem divulga fotos chocantes para alertar sobre meningite
Após quase morrer por causa das consequências de uma meningite, a cabeleireira e maquiadora Charlene Colechin, de 18 anos, divulgou fotos de seu corpo completamente tomado pela infecção como forma de alertar sobre os perigos da doença.
As imagens são chocantes.
A jovem, que mora nos arredores da cidade inglesa de Chesterfield, ficou internada durante um mês e passou nove dias em coma induzido.
Segundo ela, o quadro foi tão grave que seus órgãos ficaram fracos e pararam de funcionar, mas os médicos conseguiram ressuscitá-la.
Charlene vai ter de passar por uma cirurgia para amputar partes dos pés.
A jovem diz se considerar uma pessoa de sorte por ter conseguido sobreviver, mas conta que as dores eram tão intensas que ela chegava a gritar.
"Sentia muito mal-estar, depois tive uma dor de cabeça forte, parecida com uma enxaqueca, e todo o meu corpo doía", explicou.
Contágio
A meningite é uma infecção provocada principalmente por bactérias ou vírus. A bacteriana é mais rara, porém mais perigosa que a viral.
A transmissão pode acontecer de algumas formas: pelo espirro, pela tosse, pelo beijo ou compartilhando talheres e escovas de dente.
Isso normalmente ocorre por meio de pessoas que não estão doentes, mas carregam os vírus ou bactérias. O contágio via alguém infectado também é possível, mas esses casos são menos comuns.
No Brasil, a doença é considerada endêmica - casos são esperados em todas as épocas do ano, com a possibilidade de ocasionais surtos. Em 2013, foram mais de 18 mil ocorrências de seus diferentes tipos no país, que resultaram em mais de 1,7 mil mortes.
Além de chamar a atenção para a necessidade de vacinar as crianças, o Ministério da Saúde recomenda medidas de higiene como forma de prevenção - entre elas lavar as mãos, cobrir a boca ao tossir e não compartilhar itens de uso pessoal.
O órgão também alerta para que pessoas com viagens marcadas para locais como as regiões semiáridas e subsaarianas da África, onde a incidência da meningite meningocócica (um dos graves tipos causados por bactérias) é alta, procurem os serviços de saúde antes de embarcar para verificar a necessidade de serem vacinadas.
Coma
Na primeira vez em que Charlene foi atendida, em setembro, os médicos acharam que ela estava apenas com uma gripe forte, uma vez que ainda não apresentava manchas no corpo.
Mas seu estado de saúde logo piorou - as manchas apareceram no dia seguinte. Os médicos decidiram então levar a jovem rapidamente para o hospital. "Em minutos, eu estava deitada em uma ambulância a caminho do hospital de Chesterfield", lembra a cabeleireira.
Segundo o site do serviço de saúde britânico (National Health Service, NHS), as manchas na pele nem sempre aparecem nos estágios iniciais da doença, levando a possíveis erros de diagnóstico.
Para detecção destas manchas, o site sugere que se use um copo transparente, pressionado contra a pele no local com a mancha suspeita. Se ela não desaparecer ao ser pressionada com firmeza, deve-se procurar um hospital imediatamente. A mancha pode ser sinal de uma septicemia causada por meningite e requer tratamento imediato.
Em pessoas de pele mais escura, a visualização das manchas pode ser mais difícil. O site britânico recomenda, então, que o paciente verifique áreas do corpo com tonalidade mais clara como a palma da mão, sola do pé, céu da boca e interior dos olhos.
Além das manchas, que podem não estar presentes, há outros sintomas comuns listados pelo NHS:
- febre alta, acima de 37,5 graus
- sensação de náusea e vômitos
- dor de cabeça
- dor nos músculos e nas articulações
- respiração rápida, ofegante
- pés e mãos frios
- rigidez no pescoço
- confusão mental
- fotofobia (forte desconforto na exposição à luz)
- tonturas
- convulsões
Em bebês, é possível também estar associada a:
- recusa em mamar ou em se alimentar
- agitação e rejeição ao colo
- moleza e apatia
- inchaço da região da cabeça conhecida como moleira (em bebês de até um ano)
- choro incomum e agudo
- rigidez no corpo
Charlene contou como foram os dias em que esteve internada. "Os órgãos ficaram fracos e fiquei em coma por nove dias. Eu morri, mas me trouxeram de volta."
Ela ainda fará exames para definir quais partes dos pés vão ter de ser amputadas.
"Meus calcanhares estão pretos, o que pode significar que o tecido está morto. A infecção pode ainda subir para as pernas", explicou.
A jovem espera que a divulgação das fotos ajude a evitar que outras pessoas sejam contaminadas pela doença.
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.