Entra em vigor decreto de calamidade pública para acelerar recursos ao RS

O decreto legislativo para acelerar o envio de recursos ao Rio Grande do Sul foi promulgado pelo presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), na noite desta terça-feira (7). O projeto foi encaminhado ao Congresso ontem pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva e aprovado pelos deputados e senadores.

O que aconteceu

O PDL (Projeto de Decreto Legislativo) reconhece estado de calamidade no Rio Grande do Sul até 31 de dezembro. O decreto não precisa de sanção presidencial e já está valendo.

A decretação de calamidade pública permite maior flexibilidade na aplicação de recursos financeiros, independentemente dos limites de gastos estabelecidos à União e dentro da Lei de Responsabilidade Fiscal.

O anúncio sobre o decreto foi feito ontem por Lula após reunião com os presidentes da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), e do Senado, Rodrigo Pacheco.

A partir do decreto, qualquer ação relacionada ao estado de calamidade fica fora do limite de gastos do governo federal e das metas fiscais. Segundo a ministra Simone Tebet (Planejamento e Orçamento), o decreto dá segurança jurídica para as ações do governo federal e permite outra série de atos.

Esse decreto nos dá segurança jurídica, transparência e controle dos gastos públicos. É um decreto limitado, e essas exceções só valerão para as ações referentes à calamidade pública. (...) Com este decreto legislativo, que é um guarda-chuva, nós poderemos editar outros tantos atos, como uma possível medida provisória com crédito extraordinário, uma negociação do ministério da Fazenda com o governador do estado em relação à dívida, em relação a incentivos e benefícios para os setores produtivos, comerciantes, empresários, indústria, agricultura, pecuária e também à população que foi obviamente atingida.
Ministra Simone Tebet

A ministra disse ainda que o decreto também facilita negociações de contratos e licitações. "Praticamente tira todas as amarras burocráticas, porque ele dispensa não só o limite de gastos e verba fiscal, mas uma série de burocracias da legislação. Não é só que não vai faltar dinheiro ao Rio Grande do Sul. É que o dinheiro vai chegar no tempo certo", explicou.

Chuvas no RS

95 pessoas já morreram em decorrência das fortes chuvas que assolam o RS desde a semana passada. Segundo a Defesa Civil, outros quatro óbitos estão sob investigação. Há ainda 131 desaparecidos e 372 feridos. Mais de 400 municípios gaúchos foram afetados pelas chuvas.

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Em Porto Alegre, onde há falta de água potável por causa das enchentes, os estoques de água nos supermercados estão esgotando rapidamente. A capital também tem registrado falta de combustível em vários postos de gasolina.

Algumas cidades, como Eldorado do Sul e Pelotas, estão recomendando a evacuação da população.

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