Mercado popular de maquiagens cresce, mas barateamento pode trazer danos à saúde
O setor de cosméticos cresceu 2,8% no último ano - mais do que o Produto Interno Bruto (PIB), que avançou 1%, e do que a produção industrial do País (aumento de 2,5%), conforme dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e da Associação Brasileira da Indústria de Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos (Abihpec). A alta está de acordo com o crescimento das vendas de maquiagens populares, mesmo em momento de crise econômica.
Na Rua 25 de Março, conhecido centro comercial de São Paulo, o número de lojas que vendem maquiagens aumentou 30% desde o início de 2016, segundo a associação de lojistas da região. A expansão dos cosméticos em conta favorece o mercado, mas pode ter outras consequências. O barateamento, somado à pouca regulamentação no ramo, expõe o consumidor a riscos de saúde.
Certos compostos trazem efeitos que vão desde acne e manchas na pele até sintomas mais gerais, como dores de cabeça e tonturas. Entretanto, produtos baratos não necessariamente são sinônimo de má qualidade, como explica a dermatologista Tatiana Gabbi, da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD). "O custo para fazer um cosmético é relativamente baixo, portanto não é preciso que seja supercaro para ser bom", informa a médica.
O problema está, principalmente, no aumento da importação que o barateamento traz. Tatiana explica que, nos importados em conta, é comum que a fabricação seja realizada sem muito cuidado. Isso pode trazer a contaminação de lotes ou o uso de substâncias consideradas tóxicas.
De acordo com a dermatologista Máira Astur, o consumidor deve checar cinco fatores para fazer uma compra consciente: a quantidade de produtos na composição; data de validade; fragrância; cor e o ponto de venda - este último para evitar falsificações. "Se houver muitos ingredientes, a chance de o cosmético apresentar substâncias problemáticas é mais alta. Prazo de vencimento muito longo indica uso de muitos conservantes. Fragrâncias e cores fortes podem implicar em alergias", pontua.
Já Tatiana Gabbi, da SBD, faz uma ressalva. Ela explica que, caso uma empresa não siga normas de higiene, não adianta olhar o rótulo - tão exposta à contaminação, seria impossível informar a composição exata. Para a médica, a melhor forma de evitar problemas é pesquisar sobre a empresa."Procure sempre saber a história da organização, se está há bastante tempo no mercado, tem SAC, possui certificações e é bem recebida pelas pessoas", orienta.
Anvisa, riscos e regulamentação
No Brasil, o órgão que regulamenta a produção de cosméticos é a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Em 2016, a entidade publicou uma resolução proibindo pouco mais de 1.300 substâncias em produtos de beleza e higiene pessoal. A regra geral para o impedimento é a classificação dos compostos como substância cancerígena, ou de provável potencial cancerígeno, na lista oficial da Organização Mundial da Saúde (OMS). Muitas substâncias que comumente provocam alergias só são regulamentadas pela agência caso a empresa queira classificar o produto como "hipoalergênico".
A dermatologista Máira Astur analisa que há uma diferença na forma que países da União Europeia e o Brasil promovem o banimento de substância. "Na Europa, há uma consciência maior sobre isso. Quando existe algum indício de que pode haver malefícios, associações da indústria e consumidores fazem denúncias e essas substâncias são proibidas. Aqui é exigida a comprovação do malefício", compara.
Na Rua 25 de Março, conhecido centro comercial de São Paulo, o número de lojas que vendem maquiagens aumentou 30% desde o início de 2016, segundo a associação de lojistas da região. A expansão dos cosméticos em conta favorece o mercado, mas pode ter outras consequências. O barateamento, somado à pouca regulamentação no ramo, expõe o consumidor a riscos de saúde.
Certos compostos trazem efeitos que vão desde acne e manchas na pele até sintomas mais gerais, como dores de cabeça e tonturas. Entretanto, produtos baratos não necessariamente são sinônimo de má qualidade, como explica a dermatologista Tatiana Gabbi, da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD). "O custo para fazer um cosmético é relativamente baixo, portanto não é preciso que seja supercaro para ser bom", informa a médica.
O problema está, principalmente, no aumento da importação que o barateamento traz. Tatiana explica que, nos importados em conta, é comum que a fabricação seja realizada sem muito cuidado. Isso pode trazer a contaminação de lotes ou o uso de substâncias consideradas tóxicas.
De acordo com a dermatologista Máira Astur, o consumidor deve checar cinco fatores para fazer uma compra consciente: a quantidade de produtos na composição; data de validade; fragrância; cor e o ponto de venda - este último para evitar falsificações. "Se houver muitos ingredientes, a chance de o cosmético apresentar substâncias problemáticas é mais alta. Prazo de vencimento muito longo indica uso de muitos conservantes. Fragrâncias e cores fortes podem implicar em alergias", pontua.
Já Tatiana Gabbi, da SBD, faz uma ressalva. Ela explica que, caso uma empresa não siga normas de higiene, não adianta olhar o rótulo - tão exposta à contaminação, seria impossível informar a composição exata. Para a médica, a melhor forma de evitar problemas é pesquisar sobre a empresa."Procure sempre saber a história da organização, se está há bastante tempo no mercado, tem SAC, possui certificações e é bem recebida pelas pessoas", orienta.
Anvisa, riscos e regulamentação
No Brasil, o órgão que regulamenta a produção de cosméticos é a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Em 2016, a entidade publicou uma resolução proibindo pouco mais de 1.300 substâncias em produtos de beleza e higiene pessoal. A regra geral para o impedimento é a classificação dos compostos como substância cancerígena, ou de provável potencial cancerígeno, na lista oficial da Organização Mundial da Saúde (OMS). Muitas substâncias que comumente provocam alergias só são regulamentadas pela agência caso a empresa queira classificar o produto como "hipoalergênico".
A dermatologista Máira Astur analisa que há uma diferença na forma que países da União Europeia e o Brasil promovem o banimento de substância. "Na Europa, há uma consciência maior sobre isso. Quando existe algum indício de que pode haver malefícios, associações da indústria e consumidores fazem denúncias e essas substâncias são proibidas. Aqui é exigida a comprovação do malefício", compara.
Mílibi Arruda, especial para o Estado
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