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Coronavírus: aeroportos do país usam alerta sonoro, mas não têm scanner térmico

Ilustração do coronavírus em 3D e mapa do Brasil. O Ministério da Saúde informou, até quarta-feira (29), a existência de nove casos suspeitos de infecção pelo coronavírus no país - Cadu Rolim/Fotorarena/Estadão Conteúdo
Ilustração do coronavírus em 3D e mapa do Brasil. O Ministério da Saúde informou, até quarta-feira (29), a existência de nove casos suspeitos de infecção pelo coronavírus no país Imagem: Cadu Rolim/Fotorarena/Estadão Conteúdo

José Maria Tomazela

Sorocaba

30/01/2020 11h24

Passageiros que desembarcam nos principais aeroportos do Brasil já ouvem mensagens de alerta sobre o coronavírus, que já deixou 170 mortos na China e mais de 7,7 mil infectados pelo mundo. As mensagens de um minuto de duração - em português, inglês e mandarim - informam sobre os sintomas da doença e as medidas para evitar a transmissão. Mas, diferentemente do que ocorre em terminais da Europa e dos Estados Unidos, não serão usados scanners térmicos para detectar passageiros com febre. Segundo a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), esses aparelhos têm pouca efetividade para identificar casos suspeitos.

Nesta semana, os aeroportos de Roma e Milão, na Itália, passaram a usar aparelhos portáteis para medir a temperatura corporal dos passageiros que lá desembarcam. Nos Estados Unidos, onde essa tecnologia já é mais comum, equipamentos do tipo têm sido usados em algumas cidades desde a semana passada.

O scanner é um instrumento portátil com uma tela que, com o auxílio de sensores eletrônicos, muda da cor azul para a vermelha em caso de febre. A cor muda quando a temperatura do corpo excede 37,5 °C. Nesse caso, o alerta é acionado, e o passageiro é confiado ao sistema de saúde para uma possível quarentena. Às vezes, é preciso que cada passageiro fique na frente do scanner por alguns segundos para verificar a temperatura, mas as máquinas mais sofisticadas conseguem acionar seus sensores mesmo na multidão, para acelerar também os procedimentos de controle.

Em nota, a Anvisa informou que o uso de scanners não é obrigatório nem é indicado como ação preventiva, já que sua efetividade é baixa na detecção dos casos. "Isso ocorre porque os casos em que a pessoa não está manifestando os sintomas não são captados pelo scanner."

Segundo a agência, o foco da ação nos aeroportos é garantir a adoção de medidas preventivas para a comunidade aeroportuária, fazer com que os procedimentos de desinfecção e limpeza das aeronaves sejam realizados corretamente e encaminhar os casos de pessoas que estejam manifestando sintomas.

A orientação passada pela Anvisa aos aeroportos é para que os órgãos sanitários sejam notificados imediatamente em caso de suspeita - pessoas que estão em vias de desembarque e apresentam sintomas como tosse, febre e dificuldade para respirar. No caso dos passageiros a bordo, os tripulantes foram orientados a informar o comandante do voo se houver suspeita. Este, por sua vez, fará contato com a torre de controle do aeroporto, que acionará a Anvisa.

O passageiro com sintomas será abordado antes do desembarque para a checar a situação. A Anvisa aciona o serviço médico do aeroporto e a vigilância sanitária do município e a equipe vai a bordo para avaliar o paciente.

Se o médico descartar o caso, o desembarque dos passageiros é liberado. Caso a suspeita seja mantida, o passageiro doente é removido para um hospital de referência. Os demais passageiros são entrevistados pela vigilância epidemiológica para que possam ser monitorados. A aeronave passa por desinfecção, inclusive dos efluentes.