Médicos e funcionários de hospital no Rio param em protesto contra falta de pessoal
Médicos, enfermeiros, auxiliares de enfermagem e funcionários administrativos do Hospital Federal Cardoso Fontes, em Jacarepaguá, na zona oeste do Rio, fazem uma paralisação, hoje (24), em protesto contra a falta de pediatras, anestesistas e enfermeiros. Por causa da greve, as cirurgias e os atendimentos nos ambulatórios foram suspensos. Apenas a emergência e o atendimento de pacientes que fazem quimioterapia estão funcionando, além da distribuição de remédios para doentes de aids.
O diretor do hospital, Paulo Fernandes, assumiu que a unidade precisa de mais profissionais, principalmente pediatras e anestesistas. Ele informou que enviou uma solicitação de reforço de pessoal ao Ministério da Saúde e que, nos próximos 15 a 20 dias, o centro cirúrgico voltará à normalidade.
”Nós já chamamos 17 médicos anestesistas e, com isso, a gente retoma as atividades do centro cirúrgico. Não solucionamos [os problemas], mas as atividades que tínhamos um tempo atrás a gente consegue alcançar”.
Para a presidenta do Sindicato dos Enfermeiros do Rio de Janeiro, Mônica Armada, é grave a situação do hospital, que não tem profissionais em número suficiente para atender aos moradores da região de Jacarepaguá e bairros vizinhos, que concentram uma população de cerca de 600 mil pessoas. "O hospital se encontra hoje com unidades coronarianas fechadas, as unidades intermediárias clínicas e cirúrgicas fechadas, todo o atendimento de ambulatório pediátrico fechado, porque falta profissional”.
Na semana passada, o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, informou que 17 médicos anestesistas que passaram em concurso começam a trabalhar no Cardoso Fontes em, no máximo, duas semanas e que negocia com o Ministério do Planejamento novas contratações.
O Cardoso Fontes é referência em tratamento de câncer, neurologia, urologia e ginecologia. Faz, em média, 12 mil consultas e 50 mil exames por mês e conta com 1.280 funcionários.
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