Morango é antioxidante e reforça o sistema imunológico; aproveite a temporada
Apesar de ser originário da Europa, o morango se adaptou bem ao clima brasileiro. Prova disso é a produção em larga escala entre os meses de junho e dezembro e a facilidade de encontrar a fruta nas feiras livres e nas ruas das cidades a um preço convidativo: cerca de R$ 2 a caixa.
Mas além do baixo custo e das poucas calorias (uma média de 12 por unidade), um bom motivo para levar essa delícia para casa é seu alto poder anti-inflamatório e antioxidante, capaz de favorecer o funcionamento do cérebro ao atrasar o declínio cognitivo em até dois anos e meio, segundo um estudo feito pela Universidade de Harvard, nos Estados Unidos com mais de 16 mil mulheres.
“Outra vantagem de ingerir antioxidantes, que estão em maiores quantidades nos morangos orgânicos, é que eles protegem o organismo dos radicais livres, que aceleram o envelhecimento, levam a doenças cardiovasculares, danificam o DNA das células e podem causar alguns tipos de câncer”, diz a nutricionista Pâmela Miguel, da clínica Dra. Fernanda Granja de Nutrição Funcional, em São Paulo.
Vantagens e cuidados
A especialista lembra que a fruta também se destaca por oferecer boas doses de potássio, mineral que ajuda a evitar a retenção de líquidos; e de vitamina C, que reforça o sistema imunológico e favorece a formação do colágeno, essencial para melhorar a firmeza da pele e fortalecer o cabelo e as unhas.
Por fim, não dá para esquecer-se das fibras solúveis e insolúveis, que colaboram para o bom funcionamento do intestino e a redução do mau colesterol.
Porém, mesmo em meio a tantos benefícios, não vale exagerar no consumo. “O morango contém ácido oxálico, que, em excesso, reduz a absorção do ferro e do cálcio e pode causar cálculos nos rins e na bexiga em quem tem predisposição”, alerta a nutricionista Pâmela Miguel.
É preciso lavar bem
Embora não haja dados oficiais, o morango é uma das frutas que mais possuem agrotóxicos. Daí a importância de, primeiro, lavá-lo com muita água corrente para remover boa parte dos micro-organismos e defensivos agrícolas.
"Na sequência, deixe a fruta de molho por cerca de 20 minutos com produto especialmente desenvolvido para desinfetar alimentos, já que a cândida e o vinagre não contêm ácido acético e cloro em quantidades suficientes para ter efeito antimicrobiano”, alerta a farmacêutica bioquímica Bernadette Dora Grombossy de Melo Franco, professora do departamento de alimentos e nutrição experimental do laboratório de microbiologia de alimentos da Universidade de São Paulo (USP).
Também é contraindicado fazer a higiene com detergente. “Ele pode ser absorvido pelo morango, que é macio e age como uma esponja, e deixar resíduos que comprometem a saúde do consumidor”, avisa a engenheira química Edilene Cotrim, de Valinhos (SP).
“É por causa disso, aliás, que só se deve lavar o morango na hora do consumo. Quando comprá-lo, guarde-o na geladeira, na própria embalagem ou em outro recipiente com tampa, sem limpá-lo, pois sob refrigeração os micro-organismos multiplicam-se mais devagar e a fruta demora a deteriorar”, completa a farmacêutica e também professora da USP, Mariza Landgraf.
Em tempo: caso um morango esteja embolorado, não é preciso jogar a caixinha toda fora. “Descarte apenas o que está mofado. Mas evite comprá-los assim, pois isso é um sinal de que estão velhos e a ponto de apodrecer”, diz a bióloga e professora da USP, Maria Teresa Destro.
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