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Problema em glândula pode ser causa da perda de libido

Do UOL

Em São Paulo

03/02/2014 07h00

Quando um homem tem problemas de ereção, mas não de libido, ele sai em busca de ajuda para resolver seu problema. Mas quando o problema é o desejo diminuído, o mais provável é que ele culpe o excesso de trabalho, o estresse e a falta de sono. Ou que procure algum médico menos informado que, ao constatar uma queda no nível de testosterona pelo exame de sangue, logo prescreva a reposição hormonal sem investigar melhor a origem da alteração.

O aumento da prolactina, hormônio produzido por uma glândula na base do crânio que se chama hipófise e que faz a mulher amamentar, pode ser a causa da perda de libido em mulheres e homens. Pouco frequente - afeta cerca de 400 a cada 100 mil pessoas, o problema nem sempre é considerado pelos profissionais que recebem queixas de diminuição do desejo sexual.

"Para a mulher, o aumento da prolactina leva à interrupção da menstruação, então é mais fácil suspeitar", explica a endocrinologista Nina Musolino, médica-supervisora do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP (Universidade de São Paulo). Já nos homens, o problema gera a redução na testosterona, levando a falta de desejo e ereção prejudicada, sintomas que são facilmente atribuídos ao estresse ou cansaço. A hiperprolactinemia também pode afetar a fertilidade - é a resposta para até 5% dos homens que não conseguem ter filhos.

Causas

Entre as causas mais comuns do excesso de prolactina está o uso de alguns medicamentos como antipsicóticos, antiácidos, antieméticos (remédios para enjoo) e anti-hipertensivos. Hipotireoidismo e insuficiência renal e hepática, além de lesões traumáticas na região mamária e tumores na região da hipófise também podem ter como efeito a elevação do hormônio. Entre estes, os mais comuns são os prolactinomas, tumores benignos na glândula que produzem hormônio.

O tratamento do prolactinoma é com remédios, que também reequilibram a produção de testosterona. Já em outros tipos de tumor na hipófise, pode haver necessidade de cirurgia. "Às vezes esses tumores só são diagnosticados quando crescem e comprimem o nervo óptico, afetando a visão", explica Musolino. Por isso, investigar melhor uma queda nos níveis de testosterona é importante, sugere a médica.