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Morre bebê de Limeira (SP) que precisava de transplante nos EUA

Com apenas seis meses de vida, o pequeno Guilherme já passou por duas cirurgias - Arquivo pessoal
Com apenas seis meses de vida, o pequeno Guilherme já passou por duas cirurgias Imagem: Arquivo pessoal

Fabiana Marchezi

Do UOL, em Campinas (SP)

18/11/2014 19h14

Morreu nesta terça-feira (18), em Limeira (150 km de São Paulo), o bebê Guilherme Souza da Silva, de sete meses, que nasceu com síndrome de Berdon, uma doença rara, que compromete o funcionamento de órgãos dos sistemas digestivo e urinário e impede o portador de comer e fazer suas necessidades fisiológicas.

A história de Guilherme ganhou repercussão depois que seus pais --Poliana Marta de Jesus Souza da Silva e Emerson Jerônimo da Silva, ambos de 30 anos-- lançaram uma campanha na internet para arrecadar fundos para ajudar no tratamento e planejavam entrar na Justiça para que o governo federal pagasse o tratamento.

A iniciativa foi inspirada na história da bebê Sofia Gonçalves de Lacerda, de Votorantim (105 km de São Paulo), que também nasceu com a doença. Guilherme precisava passar por uma cirurgia que só é realizada nos Estados Unidos e tem um custo estimado em R$ 2,4 milhões.

Assim como no caso de Sofia, que conseguiu na Justiça que o Ministério da Saúde pagasse pelo seu tratamento nos Estados Unidos, para combater a doença, a criança precisaria passar por um transplante multivisceral -- em que vários órgãos são substituídos.

Entretanto, nesta terça-feira Guilherme teve uma parada cardíaca após ter sofrido uma sobrecarga no coração por causa da deficiência do fígado.

“Ele teve febre pela manhã, apresentou mal-estar e dificuldades para respirar. Mesmo com todos os procedimentos feitos pelos médicos, como oxigênio, reanimação, e tudo que podia ser feito foi feito, ele não resistiu”, informou a família por meio da rede social que mantinha a campanha “Ajude o Guilherme”.

Em uma hora, a notícia da morte de Guilherme foi vista por mais de 2.600 pessoas e provocou comoção na rede.

Os pais de Guilherme tinham recebido há poucos dias o sinal verde do médico que realiza o transplante nos Estados Unidos para poderem entrar na Justiça.

“Recebemos o aval do médico no fim da semana passada e daríamos entrada ainda nesta semana, mas não deu tempo. Meu filho já está descansando nos braços do Pai”, disse o pai do bebê.

Os pais receberam o diagnóstico da doença há cerca de dois meses e, desde então, corriam contra o tempo em busca de recursos para financiar o tratamento. Primeiro filho do casal, o bebê precisará transplantar pelo menos cinco órgãos: estômago, intestinos grosso e delgado, pâncreas e fígado.

Após o transplante nos EUA, a expectativa era de que Guilherme conseguisse ter uma vida normal e passasse a se alimentar sem o auxílio das sondas. O local e horário do velório e sepultamento ainda não estão confirmados.