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Após transplante, bebê Sofia deixa UTI em hospital de Miami

A menina Sofia Lacerda deixou a UTI (Unidade de Terapia Intensiva) do Jackson Memoria Hospital, em Miami. Ela havia sido submetida a um transplante de vários órgãos e agora repousa em um quarto do hospital - Arquivo pessoal
A menina Sofia Lacerda deixou a UTI (Unidade de Terapia Intensiva) do Jackson Memoria Hospital, em Miami. Ela havia sido submetida a um transplante de vários órgãos e agora repousa em um quarto do hospital Imagem: Arquivo pessoal

Eduardo Schiavoni

Do UOL, em Americana (SP)

20/04/2015 21h55

Dez dias depois de realizar uma cirurgia que envolveu o transplante de cinco órgãos, a bebê Sofia Gonçalves de Lacerda, de um ano e três meses, deixou a UTI (Unidade de Terapia Intensiva) na noite desta segunda-feira (20) no hospital em que estava internada e no qual passou por transplante de vários órgãos em Miami, nos Estados Unidos. Ela continuará no hospital, mas a recuperação agora será feita no quarto. Ainda não há previsão sobre quando a menina receberá alta. Sofia está internada no Jackson Memorial Hospital, em Miami, nos Estados Unidos.

De acordo com a mãe de Sofia, Patrícia Lacerda, a recuperação da menina superou as expectativas e o caso dela já não é considerado mais de alto risco. "Já estamos no quarto com ela. Agora, é continuar com nossas orações para que tudo continue tranquilo e que logo mais ela esteja totalmente bem", afirma. "Sofia ainda precisa de muitos cuidados, mas o caso dela não exige mais UTI. É mais uma vitória", diz a mãe.

Segundo o médico brasileiro Rodrigo Vianna, que realizou a cirurgia, Sofia já apresenta melhoras físicas, observadas na cor da pele, além de estar menos inchada. "Os órgãos estão funcionando bem, o quadro geral é bom, então as melhoras são visíveis", afirma. Já Patrícia Lacerda acrescentou que a menina já começou a ter contato com atividades cotidianas. "Acabamos de nos instalar no quarto. Trocamos as fraldas, agora ela já pode tomar banho e começou a se alimentar por uma sonda", conta.

Patrícia Lacerda diz ainda que Sofia está se acostumando com a nova rotina, especialmente com a parte da alimentação. "Ela não sabia arrotar, por exemplo. Teve que aprender depois da cirurgia. E também nunca tinha usado o sistema excretor", conta.

O caso

Sofia nasceu em 24 de dezembro de 2013 e permaneceu internada no Hospital das Clínicas da Unicamp, em Campinas (SP). Lá, a menina recebeu atendimento e a família teve a confirmação de que ela era portadora da Síndrome de Berdon, condição rara que compromete o funcionamento do sistema digestório. Para sobreviver, Sofia necessitava de um transplante multivisceral, que inclui estômago, fígado, pâncreas e intestinos. Ela  está internada no Jackson Memorial desde 3 julho do ano passado, quando chegou aos Estados Unidos, depois que uma decisão judicial determinou que o SUS (Sistema Único de Saúde) bancasse o custo do procedimento, que é de US$ 1,2 milhão (R$ 3,7 milhões).

Antes de conseguir o doador, um norte-americano do estado da Flórida, Sofia já havia passado por três cirurgias no Brasil para amenizar o problema. Nos Estados Unidos, ela chegou a ser operada para curar um sopro no coração.