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Mãe de quíntuplos deixa hospital, mas enfrentará 'maratona de amamentação'

Karina Barreira, 45, a mãe dos quíntuplos, usa seis pulseirinhas --uma referente a cada bebê e uma dela-- para poder entrar na UTI e amamentar os bebês - Júnior Lago/UOL - Júnior Lago/UOL
Karina usa seis pulseirinhas --uma referente a cada bebê e uma dela-- para entrar na UTI
Imagem: Júnior Lago/UOL

Do UOL, em São Paulo

23/04/2015 10h40

A encarregada de vendas Karina Bárbara Barreira, 35, mãe de quíntuplos, teve alta nesta quinta-feira (23) em São Paulo com ótimo estado de saúde, segundo o corpo médico do Hospital Sepaco, na zona sul, mas voltará todos os dias ao hospital para amamentar os bebês, no que será uma verdadeira "maratona de amamentação".

Os bebês continuam na UTI (Unidade de Terapia Intensiva) neonatal, onde devem permanecer por três meses ou até atingirem 1,8 kg cada um.

Karina estava com sete meses de gravidez quando Arthur, Melissa, Laís, Giulia e Gabriela nasceram de cesariana em 13 de abril.

O primeiro a nascer foi o menino, com 1,185 kg. As quatro meninas tinham pesos de 905 g, 930 g, 595 g e 715 g, respectivamente, após o parto. Atualmente eles estão pesando com 1,170 kg, 880 g, 925 g, 660 g e 600 g. Alguns bebês perderam peso, o que é normal nos primeiros dias após o nascimento.

"Eu sei que vou passar o dia inteiro aqui. [Na UTI] Dá para pegar os pezinhos deles. Minha sensação é de missão cumprida", disse Karina.

De acordo com o obstetra Antônio Carlos Del Roy, coordenador da equipe que fez o parto dos quíntuplos, Karina poderá ficar o tempo que quiser amamentando os bebês. "São cinco. Imagina usar um canguru para amamentar cinco bebês? Ela poderá ficar 24 horas no hospital", disse.

Bebês respiram sem aparelhos

Quatro bebês já estão respirando sem aparelhos, o que foi visto de forma bastante positiva pelos médicos.

O maior desafio é mantê-los alimentados com pequenas porções de leite ao longo do dia.

"Os bebês estão indo muito bem, acima da expectativa dos prematuros, respirando sem aparelhos, o que não é comum em prematuros como eles. Eles já passaram por vários obstáculos. O maior desafio é alimentá-los", afirmou Emanuele Figueira, médica da UTI neonatal pediátrica.

Foi necessária a ajuda de três obstetras, dois anestesistas, seis pediatras, três enfermeiras e seis técnicas para o parto que durou 40 minutos. O intervalo de nascimento entre o primeiro e o último bebê foi de três minutos.

"A Karina está tendo alta sob ótimas condições de saúde. Ela corria bastante risco, mas respondeu realmente satisfatoriamente bem. Está indo para casa com segurança. Mas tem que voltar diariamente para amamentar os bebes", disse o obstetra Raimundo Nunes, que também coordenou a equipe que fez o parto.

Além do risco de carregar tantos bebês, Karina apresentou crise de hipertensão durante a internação pós-parto, o que preocupou os médicos, embora tenha sido controlada.

"A Karina está indo embora bem, viva, e os bebês estão caminhando como os prematuros caminham, bem", complementou Del Roy.