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São Paulo teve 126 casos de microcefalia notificados desde novembro

Do UOL, em São Paulo

01/02/2016 23h25

O Estado de São Paulo teve 126 casos de microcefalia notificados de novembro a janeiro de 2016, disse o secretário estadual de Saúde David Uip. No entanto, o governo paulista informou ao Ministério da Saúde apenas 21 casos de microcefalia, em que é investigada a relação da má-formação com o zika vírus. A informação foi dada durante o programa Roda Viva desta segunda-feira (2).

São Paulo optou por notificar apenas os casos de microcefalia em que as mães dos bebês relatam terem tido sintomas de zika durante a gestação e cujos exames não apontaram outras infecções ou situações que sejam responsáveis pela má-formação. O Ministério da Saúde orienta que todos os casos sejam informados.

"Tem outras causas da microcefalia infecciosas e não infecciosas. Entre as infecciosas, há o zika vírus, herpes, citalomegalovírus, rubéola, sífilis, toxoplasmose, todos podem causar microcefalia", justificou. 

Uip diz acreditar que sempre houve subnotificação de casos. "Seguramente o Brasil subnotificou os casos de microcefalia porque isso não era obrigatório. Em muitos hospitais do país quem faz o parto não é o medico. Em outros casos não há o registro, em outros casos, o registro não era passado para o governo."

Em geral, segundo o secretário, o Estado de São Paulo costumava ter entre 42 e 46 casos de má-formação por ano. "Eu não tenho dúvida da relação [do crescimento de casos] com o zika, mas eu não posso desconsiderar a subnotificação", completou.

No Brasil, são investigados 3.448 casos de microcefalia associados ao zika, e 270 casos já foram confirmados. Nesta segunda, a OMS decretou o zika emergência de saúde pública internacional. 

Protocolo para grávidas

O secretário afirmou que o governo de São Paulo está terminando protocolos para o cuidado de mulheres que pretendem ter filhos. Serão protocolos pré-natal, pré-parto e pós-parto, para orientar, cuidar da saúde e da parte emocional das mulheres. "Teremos um protocolo para cuidar dessas crianças, incluindo fisiatria e fisioterapia", disse. 

Os protocolos devem ser apresentados para o Ministério da Saúde após o Carnaval.