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Bebês com problemas neurológicos e microcefalia já são 641 no Brasil

Mãe segura bebê com microcefalia; aumento dos casos da deformação assusta o Brasil - Ueslei Marcelino/ Reuters
Mãe segura bebê com microcefalia; aumento dos casos da deformação assusta o Brasil Imagem: Ueslei Marcelino/ Reuters

Do UOL, em São Paulo

01/03/2016 19h49

O Brasil tem 641 casos confirmados de microcefalia e outras alterações do sistema nervoso central, segundo boletim emitido pelo Ministério da Saúde nesta terça-feira (1). O novo balanço de danos neurológicos em bebês traz mais crianças com o problema em relação ao último relatório –  eram 583 os casos confirmados.

Segundo o Ministério da Saúde, agora são 4.222 casos a serem investigados pelo órgão e Estados – no último relatório, o número estava em 4.107. Do total de 5.909 casos notificados do fim de outubro até o início de fevereiro, 1.046 já foram descartados. 

O novo boletim também mostra um aumento no número de bebês mortos no parto ou abortados por causa de problemas neurológicos. Agora, há 31 mortes confirmadas para microcefalia e outros problemas do sistema neurológico, sendo que mais 96 estão em investigação.

Até o momento, do total de casos de microcefalia confirmados, 82 foram notificados por critério laboratorial específico para zika. Como nos últimos balanços, o ministério afirma acreditar que este número não condiz com a realidade e que houve infecção pelo vírus da zika na maioria dos casos de deformações em bebês. A pasta estuda a relação entre a doença e a microcefalia em todos os casos.

Além da zika, outras doenças podem causar microcefalia em recém-nascidos, como sífilis, toxoplasmose, rubéola, citomegalovírus e herpes viral.

Os casos já confirmados de microcefalia no Brasil ocorrem em 250 municípios de 15 Estados brasileiros. Até o momento, o vírus da zika tem circulação autóctone em 22 Estados do país. 

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Entenda o balanço

O controle dos casos está sendo feito porque diversos estudos já ligaram o vírus à microcefalia, embora ainda não se saiba se a zika sozinha é a causa da microcefalia ou se há outro fator que, por exemplo, facilite a entrada do vírus na placenta para causar a má-formação.

Hoje, todas as crianças que nascem com 37 semanas e têm 32 cm ou menos de perímetro cefálico são notificadas para investigação e passam por exames de imagem e consultas com médicos para confirmação ou descarte de problemas neurológicos, que incluem não só a microcefalia, mas também lesões oculares e auditivas.

De outubro até agora, os casos confirmados de microcefalia só por infecção congênita (que excluem as causas genéticas) superam os casos somados de 2012 a 2014, quando a notificação ainda não era obrigatória -- o que levanta a hipótese de que os dados seriam maiores na realidade. No entanto, os especialistas consideram que houve um aumento significativo de casos mais graves de microcefalia no último trimestre de 2015.

A OMS reportou uma associação entre a existência do zika e o aumento da incidência da síndrome de Guillain-Barré em Polinésia Francesa, Brasil, El Salvador, Martinica, Colômbia, Suriname, Venezuela e Honduras.

Já com a microcefalia, a relação foi detectada no Brasil e na Polinésia Francesa.

Distribuição dos casos notificados de microcefalia por Estado

REGIÃO NORDESTE

Alagoas: 222 (92 em investigação, 30 confirmados, 100 descartados)
Bahia: 817 (603 em investigação, 136 confirmados, 78 descartados)
Ceará: 352 (271 em investigação, 33 confirmados, 48 descartados)
Maranhão: 192 (148 em investigação, 25 confirmados, 19 descartados)
Paraíba: 810 (441 em investigação, 63 confirmados, 306 descartados)
Pernambuco: 1.672 (1.232 em investigação, 215 confirmados, 225 descartados)
Piauí: 138 (77 em investigação, 46 confirmados, 15 descartados)
Rio Grande do Norte: 383 (281 em investigação, 77 confirmados, 25 descartados)
Sergipe: 192 (180 em investigação, 12 descartados)

REGIÃO SUDESTE

Espírito Santo: 80 (69 em investigação, 3 confirmados, 8 descartados)
Minas Gerais: 67 (28 em investigação, 39 descartados)
Rio de Janeiro: 261 (255 em investigação, 2 confirmados, 4 descartados)
São Paulo: 166 (125 em investigação, 41 descartados)

REGIÃO NORTE

Acre: 24 (24 em investigação)
Amapá: sem registro
Amazonas: sem registro
Pará: 16 (15 em investigação, 1 confirmado)
Rondônia: 11 (6 em investigação, 2 confirmados, 3 descartados)
Roraima: 13 (13 em investigação)
Tocantins: 116 (99 em investigação, 17 descartados)

REGIÃO CENTRO-OESTE

Distrito Federal: 26 (8 em investigação, 18 descartados)
Goiás: 99 (79 em investigação, 6 confirmados, 14 descartados)
Mato Grosso: 177 (125 em investigação, 52 descartados)
Mato Grosso do Sul: 12 (6 em investigação, 1 confirmado, 5 descartados)

REGIÃO SUL

Paraná: 18 (3 em investigação, 15 descartados)
Santa Catarina: 1 (1 descartado)
Rio Grande do Sul: 37 (35 em investigação, 1 confirmado, 1 descartado)