Professor é preso por suposto abuso contra crianças e adolescentes no AM
O sócio de uma escola de jiu-jítsu foi preso suspeito de exploração sexual contra crianças e adolescentes em Manaus (AM).
O que aconteceu
O homem, 56, foi detido em Balneário Camboriú (SC) durante um evento esportivo no sábado (23). Segundo a Polícia Civil, ele treinava crianças e adolescentes que participavam da competição.
O treinador pretendia fugir para Dubai, segundo a Polícia Civil do Amazonas. Os policiais encontraram conteúdo pornográfico envolvendo possíveis vítimas.
A Operação Armlock foi deflagrada após a polícia de AM ter recebido uma denúncia contra o professor por supostos abusos entre 2011 e 2018. "As investigações apontam que ele teria abusado de meninos que são campeões mundiais de jiu-jítsu e os teria explorado sexualmente, oferecendo presentes e favores, comprando kimonos, mediando passagens e estadias para disputa de campeonatos", disse a delegada Deborah Ponce de Leão.
Até o momento, os policiais identificaram 12 vítimas. Outras seis possíveis vítimas ainda serão ouvidas. "Esses garotos, no primeiro momento, tinham um encantamento pelo autor, uma vez que ele é um professor renomado de jiu-jítsu, mas só depois de um tempo eles perceberam o que realmente estava acontecendo. As vítimas, inclusive, tinham vergonha de contar para os seus pais e esse foi um ponto que precisou ser alcançado pela equipe multidisciplinar", explicou Leão.
As investigações apontam que os abusos aconteciam durante estadias em campeonatos e na casa do suspeito, onde ele dopava as vítimas para cometer os estupros. Em algumas situações, segundo a delegada, o treinador dava banho nas vítimas, que já eram adolescentes, e tocava em suas partes íntimas.
A White House Jiu-Jítsu, escola da qual o suspeito é sócio, afirmou que ele será excluído do quadro societário. "Ressaltamos ainda que não compactuamos com nenhum ato que atente contra a dignidade sexual de crianças e adolescentes e, muito menos, que venham a manchar a história do jiu-jítsu na cidade de Manaus".
Entidades do jiu-jítsu no Amazonas repudiaram os possíveis crimes. "Reafirmamos nosso compromisso inabalável com a proteção de crianças e adolescentes, que representam a base e o futuro de nossa modalidade", disse a Federação Amazonense de Jiu-Jítsu Profissional. "Total repulsa a qualquer ato criminoso, em especial àqueles que ferem gravemente os princípios de respeito e proteção aos vulneráveis", afirmou a Federação Amazonense de Jiu-jítsu Esportivo.
O UOL não conseguiu localizar a defesa do investigado. O espaço segue aberto para manifestação.
Como denunciar violência contra crianças e adolescentes
Denúncias sobre violência contra crianças e adolescentes podem ser feitas pelo Disque 100 (inclusive de forma anônima), na delegacia de polícia mais próxima e no Conselho Tutelar de cada município.
Se for um caso de violência que a pessoa estiver presenciando, pode ligar no 190, da Polícia Militar, para uma viatura ir no local. Também é possível se dirigir ao Fórum da Cidade e procurar a Promotoria da Infância e Juventude.
Quem não denuncia situações de perigo, abandono e violência contra crianças e adolescentes pode responder pelo crime de omissão de socorro, previsto no Código Penal. A lei Henry Borel também prevê punições pra quem se omite.
Funcionários públicos que se omitem no exercício de seus cargos, em escolas, postos de saúde e serviços de assistência social, entre outros, podem responder por crime de prevaricação.
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