Não tem "só dessa vez": um cheeseburger basta para detonar metabolismo
Ainda bem que há o fim de semana para aqueles pecados gastronômicos e alegrar a árdua semana de refeições equilibradas, não é mesmo!? A triste notícia é que... não. Não podemos contar nem mesmo com o "só dessa vez". Para o nosso corpo, não tem sábado nem domingo e nem feriado. Basta uma pizza de calabresa ou um cheeseburger com bacon e batata frita para detonar nosso metabolismo.
De acordo com pesquisadores do Centro Alemão de Diabetes, mesmo o consumo uma única vez de uma maior quantidade de gorduras saturadas reduz a sensibilidade do corpo à insulina, o que provoca aumento dos depósitos de gordura no corpo. Esse aumento de gordura sobrecarrega o fígado, alterando seu metabolismo energético, o que pode levar a doenças hepáticas e diabetes tipo 2.
No estudo, publicado no Journal of Clinical Investigation, homens saudáveis e que não estavam com sobrepeso ingeriam um composto com quantidade de gordura saturada equivalente a dois cheesburgers com bacon e uma porção grande de batata frita ou duas pizzas de pepperoni. Um grupo de controle ingeriu apenas água.
Os cientistas observaram que esta única "refeição" rica em gordura foi suficiente para reduzir a ação da insulina e aumentar a quantidade de gordura do fígado.
Os pesquisadores também verificaram alterações metabólicas no fígado semelhantes às que ocorrem em pessoas com diabetes tipo 2 ou doença hepática gordurosa. Essa doença, marcada pela inflamação gordurosa do fígado, está associada à obesidade e à chamada "síndrome metabólica" --conjunto de fatores de risco relacionados a doenças cardíacas e AVC (Acidente Vascular Cerebral).
"A surpresa foi a de que uma dose única de óleo tenha um impacto tão rápido e direto no fígado de uma pessoa saudável, e que a quantidade de gordura administrada pode desencadear a resistência à insulina", explicou o Dr. Michael Roden, pesquisador do Centro Alemão de Pesquisa sobre Diabetes.
Junk food deixa o corpo momentaneamente com 'diabetes'
Os testes com os voluntários foram feitos com uso de espectroscopia por ressonância magnética.Com a técnica avançada, os pesquisadores puderam investigar como a ingestão de gordura afeta a atividade metabólica dos músculos, do fígado e do tecido adiposo.
A resistência induzida à insulina levou à concentração de açúcar no fígado e, concomitante, à redução da absorção de açúcar nos músculos. Esse mecanismo é que faz com que o nível de glicose no sangue aumente em pessoas com diabetes tipo 2. Portanto, o lanche cheio de gorduras saturadas nos deixa momentaneamente com um metabolismo de quem possui diabetes.
Além disso, a resistência à insulina do tecido adiposo, outro impacto do lanche muito gorduroso, provoca uma maior libertação de gorduras na corrente sanguínea. O aumento da disponibilidade de gordura leva a um aumento da carga de trabalho das mitocôndrias do fígado, o que, a longo prazo, pode sobrecarregar essas usinas de energia das células hepáticas e contribuir para o aparecimento de uma doença no fígado.
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