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Sashimi é reprovado em restaurantes de São Paulo e Rio

Beto Roma/Divulgação
Imagem: Beto Roma/Divulgação

Ana Carolina Silva

Colaboração para o UOL

27/04/2017 18h55Atualizada em 02/05/2017 16h25

Dez restaurantes japoneses localizados em São Paulo e no Rio de Janeiro devem explicações aos seus consumidores. A Proteste realizou testes de qualidade em amostras de salmão fornecidas pelos estabelecimentos e detectou diversas irregularidades, incluindo bolores e leveduras. As análises foram encaminhadas às vigilâncias sanitárias de cada região.

Os restaurantes inspecionados em São Paulo foram: Oguro Sushi & Bar e Dhaigo Japanese Restaurant, ambos no Itaim Bibi; Sushi Yassu, na Liberdade; Osaka, em Moema; Gendai, em Pinheiros; e Flying Sushi, na Vila Mariana. No Rio de Janeiro, a lista é mais curta: Tosaka, na Barra da Tijuca; Taiping, em Botafogo; Manekineko, em Cachambi; e Koni Store, no Recreio dos Bandeirantes.

De acordo com a nota divulgada pela entidade de defesa do consumidor, amostras de salmão comercializadas pelos estabelecimentos Tosaka e Flying Sushi já poderiam estar contaminadas antes mesmo do preparo do sashimi e outros pratos, uma vez que apresentavam níveis de bolores e leveduras acima do limite aceitável.

A Proteste ainda detectou microorganismos mesófilos aeróbicos nos peixes do Taiping, Oguro, Sushi Yassu e, novamente, Flying Sushi. A análise indica que o salmão foi armazenado em temperatura inadequada e insalubre.

Para piorar, nove dos dez restaurantes forneceram o alimento com índices acima do aceitável de microrganismos indicadores de higiene. Não se trata de algo necessariamente prejudicial à saúde, mas pode sinalizar condições sanitárias inapropriadas durante o armazenamento, processamento e produção dos pratos, podendo resultar até na deterioração do salmão.

O único que se salvou neste sentido foi o Gendai; entretanto, o restaurante precisará explicar a presença de uma bactéria patogênica em seus produtos, a Listeria monocytogenes, que também foi detectada nas amostras do Taiping e do Flying Sushi. Trata-se de um micróbio que pode crescer até mesmo sob refrigeração ou congelamento e causar doenças como a listeriose, uma intoxicação alimentar capaz de induzir aborto espontâneo, infecção do recém-nascido, nascimento prematuro e até natimorto quando contraída durante a gravidez.

Outra bactéria encontrada foi a Aeromonas sp, que pode provocar diarreias, peritonite e infecções, e se fez presente no salmão do Taiping, Dhaigo e Sushi Yassu. Se ingerida por imunodeprimidos (isto é, pessoas com fragilidade no sistema imunológico) e em grande quantidade, pode levar à meningite e à septicemia - a Proteste, no entanto, admite que não é capaz de determinar o potencial de risco proporcionado no caso dos três restaurantes.

Em contato com o UOL, a Gendai disse visar a manutenção de rigorosos padrões de segurança alimentar e que, após tomar conhecimento do fato, iniciou processo de apuração em todo o processo de higienização e reciclagem de serviço.

Já o restaurante Oguro Sushi & Bar, de São Paulo, disse em nota não reconhecer a veracidade dos resultados apresentados e estar "aguardando contato dos órgãos responsáveis pelos supostos testes realizados". "O Oguro Sushi esclarece que está à disposição para realização de testes oficiais, por empresas regulamentadas, em seus produtos e estabelecimento, deixando claro que possui documentação, emitida pela empresa Adequar Assessoria Nutricional, que atesta a qualidade de seus produtos", diz a nota.