Câncer de pâncreas, achado em Rezende, é agressivo e de difícil detecção
Um dos grandes problemas relacionado ao câncer de pâncreas é que ele é de difícil detecção. Isso porque o órgão está "escondido" na cavidade mais profunda do abdômen, atrás de outros órgãos. O diagnóstico tardio e o comportamento agressivo da doença fazem com que esse tipo de câncer apresente alta taxa de mortalidade.
Nesse domingo, o jornalista Marcelo Rezende, que apresenta o programa "Cidade Alerta", da TV Record, revelou em entrevista ao programa "Domingo Espetacular", da mesma emissora, que está lutando contra um câncer no pâncreas. A doença também atingiu o fígado do apresentador. Rezende está realizando sessões de quimioterapia no Hospital Albert Einstein, em São Paulo.
De acordo com a American Cancer Society (órgão dos EUA de pesquisa sobre câncer), entre 1% e 14% das pessoas diagnosticadas com câncer de pâncreas vivem ao menos 5 anos após descobrirem a doença, dependendo do estágio em que ela é diagnosticada. A taxa de sobrevida em estágios avançados é de 1%.
Quando é realizada intervenção cirúrgica, as chances de sobrevida aumentam. A cura é possível e o paciente pode viver muito mais do que cinco anos após o diagnóstico.
A ciência busca maneiras de detectar de forma precoce o câncer de pâncreas. Isso é importante para a redução do risco da doença, já que os tumores mais perigosos são aqueles que mais demoram a dar sinais.
De acordo com INCA (Instituto Nacional do Câncer), o câncer de pâncreas é responsável por cerca de 2% de todos os tipos de câncer diagnosticados no Brasil e por 4% do total de mortes pela doença. Na maioria das vezes, o tumor surge na cabeça do órgão, do lado direito.
O câncer de pâncreas é raro antes dos 30 anos. Contudo, esse câncer torna-se mais comum a partir dos 60 anos, aumentando com o avanço da idade. De acordo com a UICC (União Internacional Contra o Câncer), entre 40 e 50 anos, a doença atinge 10 a cada 100 mil habitantes, e entre 80 e 85 anos, atinge 116 a cada 100 mil habitantes.
A incidência é mais significativa entre homens.
Falta de apetite, icterícia e dor nas costas são sinais da doença
Para aumentar as chances de cura, é necessário estar atento aos sinais da doença que permitem o diagnóstico precoce e o tratamento da doença em estágio inicial. E o câncer de pâncreas possui sinais importantes, como perda de apetite e de peso, fraqueza, diarreia e tontura.
Marcelo Rezende conta que percebeu que tinha algo errado com seu organismo ao manifestar falta de apetite e aversão a vinho, bebida que está acostumado a apreciar.
Os sintomas podem variar dependendo no local onde está localizado o tumor. Quando atinge a cabeça do pâncreas, provoca icterícia, doença causada pela obstrução biliar e que deixa a pele e os olhos amarelados. Um alerta do tumor avançado é a dor na região das costas, que pode ser de baixa intensidade no início e ficar mais forte com o tempo.
A deficiência na produção de insulina, principal função do pâncreas, pode elevar a quantidade de açúcar no sangue, sintoma que pode ser detectado em exame de sangue que mensura o nível de glicose.
Além do exame de sangue, outros exames que podem ser solicitados pelo médico para ajudar no diagnóstico são exame de fezes, urina, ultrassonografia abdominal, tomografia, ressonância nuclear de vias biliares e da região do pâncreas. A confirmação da doença se dá por biópsia de tecido do órgão.
O tratamento da doença envolve radioterapia e quimioterapia para redução do tumor e alívio dos sintomas e cirurgia para retirada do tumor.
Cigarro, álcool e alimentação são causas do câncer
Entre as principais causas do câncer de pâncreas estão o cigarro, a ingestão excessiva de bebidas alcoólicas e a alimentação desequilibrada. Assim, para evitar a doença, é importante não fumar, apenas consumir álcool se for de forma moderada e adotar dieta balanceada, rica em frutas e vegetais.
Segundo o Inca, fumantes têm três vezes mais chance de desenvolver a doença. O câncer de pâncreas também está relacionado ao consumo excessivo de gordura e de carnes e à exposição a compostos químicos, como solventes e petróleo, durante longo tempo.
O histórico familiar também é um fator de risco.
Quem sofre de pancreatite crônica ou de diabetes melitus, já se submeteu a cirurgia de úlcera no estômago, duodeno ou retirada da vesícula biliar possui mais chance de desenvolver a doença. Essas pessoas precisam realizar exames periódicos para checar se está tudo bem com o órgão.
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