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Descoberta nova forma de detecção precoce de câncer no pâncreas

06/02/2017 17h23

Paris, 6 Fev 2017 (AFP) - Um grupo de cientistas anunciou a criação de um teste de detecção precoce do câncer de pâncreas, um dos mais mortais por causa da sua agressividade e da falta de tratamentos eficazes em estado avançado.

Atualmente, este tipo de câncer costuma ser descoberto quando está muito avançado, pois evolui sem sintomas, matando 80% dos pacientes no ano seguinte ao diagnóstico.

Em estudo publicado nessa segunda-feira (6) pela revista científica Nature Biomedical Engineering, pesquisadores americanos e chineses apresentaram um teste econômico e ultrassensível, que facilita diagnosticar precocemente o câncer de pâncreas com uma pequena quantidade de plasma sanguíneo.

"O câncer de pâncreas é um dos cânceres para o qual precisamos desesperadamente de um diagnóstico precoce", ressaltou o doutor Tony (Ye) Hu, principal autor do estudo.

O teste que desenvolveu com seus colegas é baseado na detecção de um elemento específico - a proteína EphA2 - em algumas vesículas extracelulares, pequenas bolhas transportadas de célula em célula.

Estudos anteriores mostraram que essas vesículas desempenham um papel importante no desenvolvimento e no avanço de alguns cânceres, em especial no do pâncreas.

Quando surgem de um tumor, essas vesículas seriam, inclusive, capazes de modificar o entorno, facilitando a metástase.

Atualmente já existe um elemento tumoral detectado, o CA 19-9, porém é pouco específico, uma vez que também pode ser encontrado em pequenas quantidades no fígado, na vesícula biliar e nos pulmões de um adulto saudável. Ainda assim, sua taxa é muito elevada no caso de pancreatite (inflamação do pâncreas) e de obstrução de um canal biliar.

O novo teste se mostrou claramente mais eficaz durante um estudo realizado com 48 pessoas saudáveis, 48 pacientes con pancreatite e 59 pacientes que sofrem de câncer de pâncreas em estado precoce ou avançado. Facilitou detectar mais de 85% dos cânceres.

Esse resultado será validado somente após um estudo mais profundo, antes de poder obter a autorização da agência americana de medicamentos (FDA), ou seja, "provavelmente daqui a dois ou três anos", segundo o doutor Hu.