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Casos de sífilis predominam em testes para DSTs no carnaval de Salvador

SESA
Imagem: SESA

Do UOL, em São Paulo

14/02/2018 16h07

Testes de DST's (doenças sexualmente transmissíveis) realizados ao longo do carnaval de Salvador encontraram mais de 200 pessoas infectadas com alguma doença. O maior número foi de diagnosticados com síflis (158 pessoas), seguido pelo de diagnosticados com HIV (28) e hepatites virais (16).

Até a noite de segunda-feira (12), foram realizados 5.088 testes rápidos em dois postos que integram o projeto Fique Sabendo. Segundo a Secom (Secretaria de Comunicação) soteropolitana, a maioria dos casos confirmados corresponde a foliões do sexo masculino. "É importante destacar que eles são os que mais realizaram exames: 33,3% a mais do que as mulheres", afirma em nota.

Os testes rápidos feitos com gota de sangue ou com saliva, a partir da qual a pessoa fica sabendo se está contaminado por alguma doença, costumam ser de triagem. Em casos positivos, o paciente é encaminhado para realizar o exame confirmatório em uma unidade de saúde.

De acordo com a prefeitura, quem foi diagnosticado com sífilis já inicia o tratamento no local de realização do teste, por meio da aplicação de penicilina. Já os usuários com sorologia positiva para outras DSTs são encaminhados para diagnóstico, exames e tratamento em unidades de referência, localizadas nos bairros da Liberdade e Dendezeiros.

Além dos postos de aplicação de testes, Salvador implementou como ação preventiva às DSTs, durante os eventos do Carnaval, a distribuição gratuita de preservativos em todos os circuitos da folia. Até este domingo, informou a Secom, mais de 1,2 milhão de camisinhas foram entregues aos foliões, tanto nas ruas quanto nos módulos de assistência à saúde.

Brasil teve alta de casos de sífilis

Os casos de sífilis adquirida em adultos tiveram aumento de 27,9% de 2015 para 2016 no Brasil. Entre as gestantes, o crescimento dos casos foi de 14,7%. As infecções por sífilis congênita (transmitida da mãe para o bebê) subiram 4,7%.

Segundo o Ministério da Saúde, as causas para o aumento da doença são o desabastecimento de penicilina, medicamento mais eficaz contra a doença, e o aumento dos diagnósticos, com a distribuição de testes rápidos na rede de saúde.

Apesar de essencial para o controle da transmissão da sífilis, a penicilina benzatina apresenta, desde 2014, um quadro de desabastecimento em diversos países devido à falta de matéria-prima para a produção. Em 2016, o Ministério da Saúde identificou uma epidemia de sífilis no país.

Segundo o ministério, apesar de a responsabilidade pela compra do medicamento ser de estados e municípios, em 2016, o governo brasileiro concentrou a aquisição em caráter emergencial para o tratamento de grávidas e seus parceiros.

A sífilis é causada por uma bactéria, o Treponema pallidum, que é transmitida pelo contato com a ferida na pele geralmente durante a relação sexual. A prevenção da síflis se dá principalmente com o uso de preservativos. A doença possui tratamento relativamente simples na fase primária, que consiste no uso de medicamento, principalmente a penicilina.