Topo

Especialistas alertam para nível crítico da umidade do ar na próxima semana

Crianças e idosos são os que mais sofrem com a queda da umidade relativa do ar - Shutterstock
Crianças e idosos são os que mais sofrem com a queda da umidade relativa do ar Imagem: Shutterstock

Naiara Albuquerque

Colaboração para o UOL

13/07/2018 17h48

Após registros de neve e o recorde de temperatura mais fria do país terem acometido regiões do Brasil durante esta semana, a tendência agora é que os termômetros nas regiões Centro-Oeste, Sul e Sudeste voltem a subir. Com esse cenário, a previsão é que os níveis de umidade relativa de ar fiquem preocupantes, provocando o aumento ou agravando doenças respiratórias.

Ao UOL, Franco Nadal Villela, meteorologista do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) diz que o que preocupa os especialistas a partir de agora é que a umidade chegue a níveis críticos em quase todo o país. "Não temos nenhuma previsão de chuva nos próximos dias e com a elevação da temperatura seca, os níveis de umidade relativa do ar podem chegar a ter mínima em torno de 20%", explica. Mais preocupante ainda é a situação de Mato Grosso do Sul, onde os níveis de umidade podem ficar em torno de 15%, segundo o Inmet. De acordo a Organização Mundial de Saúde (OMS), o índice recomendado é de 60%. 

A rinite alérgica, a bronquite e a asma são algumas das doenças respiratórias e alérgicas mais comuns durante o período, como explica o médico otorrinolaringologista do Hospital Sírio Libanês Fausto Nakandakari. Segundo o especialista, o período mais crítico para quem sofre com problemas respiratórios é durante a manhã, após acordar. "É quando as pessoas não têm um ciclo nasal tão ativo e podem acumular bastante secreção e sujeira dentro do nariz", diz. 

Para Paulo Camiz, geriatra e clínico geral do Hospital das Clínicas de São Paulo, ainda que a baixa umidade de ar ainda seja comum nessa época do ano, é ainda mais preocupante para a população idosa. "Naturalmente, eles [os idosos] têm menos água no organismo. Nesse sentido, com o tempo mais seco a mucosa respiratória fica mais irritada", afirma.

Leia mais:

Segundo Camiz, as doenças respiratórias mais comuns para a população idosa são as alérgicas, como a rinite e a asma. "O ar quando fica muito seco ele irrita as mucosas, e a reação natural do organismo é tentar se defender produzindo mais muco."

Além dos idosos e crianças, quem tem alergia e problemas respiratórios também fica vulnerável quando o ar fica mais seco. É a chamada reação de "hipersensibilidade", que pode começar com uma reação alérgica, com muita secreção nasal ou reação exacerbada dos brônquios, explica o especialista. Em um segundo momento, a resposta imunológica do corpo pode evoluir para uma sinusite, gripe, rinite alérgica ou até para uma pneumonia.

Segundo o otorrinolaringologista Fausto Nakandakari, é recomendado seguir alguns cuidados para evitar crises, como usar spray fisiológico nasal, umidificadores e realizar limpeza com pano úmido no piso. “Evitar usar roupas que estão no armário há muito tempo e evitar atividade física em ambientes abertos, em especial nas grandes avenidas pelo acúmulo de poluição muito grande como o horário de pico. O ideal é após das 20h e até as 6h, idealmente falando. E o uso de umidificadores em casa”, explica.