Topo

Secretários do Nordeste cobram verba imediata para enfrentar coronavírus

12/03/2020 - Mulher usa máscara de proteção  - Willian Moreira/Futura Press/Estadão Conteúdo
12/03/2020 - Mulher usa máscara de proteção Imagem: Willian Moreira/Futura Press/Estadão Conteúdo

Carlos Madeiro

Colaboração para o UOL, em Maceió

12/03/2020 21h50Atualizada em 12/03/2020 21h50

Os secretários de Saúde dos estados do Nordeste decidiram hoje cobrar recursos imediatos do governo federal para ajudar no combate ao coronavírus. Até agora há casos confirmados em três estados da região: Bahia (3 casos), Pernambuco (2) e Alagoas (1) e outros 143 são considerados suspeitos.

Em nota, os secretários defenderam que o Ministério da Saúde seja mais "efetivo na garantia e liberação imediata de recursos para os estados." Um comitê de acompanhamento permanente da situação foi montado.

Os gestores da região entendem que há a necessidade de garantia dos estoques de Tamiflu em todos os estados para enfrentamento dessa pandemia. Na nota, entretanto, eles não citam falta da medicação.

"Precisamos garantir a compra ou receber do ministério EPIs [equipamentos de proteção individual, como máscaras e luvas], insumos para exames laboratoriais e recursos para contratação de leitos de UTI. Isso não pode chegar daqui a quatro meses", afirma André Longo, secretário de Pernambuco.

"Os secretários manifestaram preocupação de que o enfrentamento do coronavírus não seja feito como a gestão do Bolsa Família. Entendendo, por um lado, que o Nordeste não pode novamente ser alvo da ação discriminatória do governo federal e, por outro lado, de que os estados nordestinos devem atuar conjuntamente, decidiram fazer um levantamento das principais necessidades comuns aos nove estados para apresentar ao próprio Ministério da Saúde", diz o texto distribuído após um encontro virtual entre os secretários nesta tarde.

Na nota, os secretários ainda recomendaram cuidado e atenção na realização de eventos públicos de massa, mas, por enquanto, não indicam proibição indiscriminada deles. "Há um entendimento que isso poderia aumentar desnecessariamente a comoção pública e, assim, desorganizaria a demanda por atendimento e aumentaria demasiadamente a pressão sobre hospitais e unidades básicas de saúde", afirmam.

Por fim, eles decidiram que farão uma nova reunião, na próxima quinta-feira (19), em São Luís.