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Ministério fará aquisição de vacina chinesa, diz diretor do Butantan

O diretor do Instituto Butantan, Dimas Covas, em coletiva de imprensa - Newton Menezes/Futura Press/Estadão Conteúdo
O diretor do Instituto Butantan, Dimas Covas, em coletiva de imprensa Imagem: Newton Menezes/Futura Press/Estadão Conteúdo

Guilherme Mazieiro

Do UOL, em Brasília

26/08/2020 13h52

Após reunião com o ministro interino da Saúde, Eduardo Pazuello, o diretor do Instituto Butantan, Dimas Covas, disse que o ministério fará aquisição das vacinas produzidas no Estado de São Paulo. O governo João Doria (PSDB) desenvolve e testa, em parceria com um laboratório chinês, a vacina Coronavac.

O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) já criticou a vacina de origem chinesa, quando destinou R$ 1,9 bi para a Fiocruz (RJ) produzir uma vacina desenvolvida pela universidade de Oxford, na Inglaterra.

Na manhã de hoje, Covas se reuniu com o secretário de Saúde de São Paulo, Jean Gorinchteyn, e o ministro interino Pazuello para negociar o investimento de R$ 1,9 bilhão para produção de 120 milhões de vacinas em São Paulo. O valor é igual ao destinado à Fiocruz.

"Quando nós ofertarmos a vacina ela terá, obviamente, um custo e isto o ministro garantiu que vai, seguramente, colocar na pauta do programa nacional de imunização", disse Covas.

Ao ser questionado pelos jornalistas se o ministro se comprometeu com esses valores, Covas disse que "na realidade ele disse que fará a aquisição das vacinas". Nenhum representante do Ministério da Saúde participou da entrevista coletiva.

Segundo o governo paulista, o valor de R$ 1,9 bilhão servirá para terminar o estudo clínico, ampliação da fábrica de vacinas e a produção da vacina de coronavírus, a parte mais cara.

O recurso é dividido em três partes.
- R$ 85 milhões para estudo clínico
- R$ 60 milhões de apoio para reforma da fábrica
- R$ 1,75 bilhão para produção da vacina

"A garantia é exatamente a parceria que existe entre o Butantan e o Ministério. Isso foi reforçado com o ministro. É uma matéria de importância para saúde pública do Brasil", disse Dimas Covas.

Ele destacou que o instituto participou de diferentes momentos sanitárias do país, como produção de vacinas contra H1N1 e aumento de soros contra cobras e escorpiões.

Em São Paulo, a vacina já está na terceira fase de testes. São aplicadas doses em 9.000 voluntários no Brasil.

Caso haja comprovação de que a vacina é segura e eficaz, o laboratório chinês Sinovac se comprometeu a enviar 45 milhões de doses. O Butantan estima produzir outras 15 milhões até o primeiro trimestre de 2021. Totalizando 60 milhões de doses.

A expectativa do secretário de Saúde é conseguir dobrar essa quantidade até o final do ano, para o total de 120 milhões de doses. Esse volume de vacina é suficiente para cobertura de 60 milhões de pessoas, isso porque são necessárias duas doses em cada cidadão.

Após a fase de testes finalizada e comprovação de eficácia, a vacina precisará de uma autorização da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) para poder ser distribuída.