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Aprovado pela Anvisa, capacete reduz internações em UTI por covid-19 em 60%

O capacete Elmo, criado no Ceará para o tratamento da covid-19, em teste - Divulgação/Escola de Saúde Pública do Ceará
O capacete Elmo, criado no Ceará para o tratamento da covid-19, em teste Imagem: Divulgação/Escola de Saúde Pública do Ceará

Daniel Rocha

Colaboração para o UOL, de Fortaleza

07/11/2020 19h54

Criado no início de abril como alternativa de tratamento de pacientes com covid-19, um capacete especial pode diminuir as mortes em decorrência da doença no Brasil. De acordo com os testes clínicos, o Elmo, criado no Ceará, reduz em 60% a necessidade de internação na UTI de pacientes com covid-19. O projeto já foi aprovado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), o que permite a sua comercialização e produção em escala industrial.

De acordo com a Escola de Saúde Pública, da Secretaria de Saúde do Ceará, a autorização foi concedida no dia 29 de outubro, mas divulgada apenas nesta semana. O capacete aumenta a oferta de oxigênio aos pacientes, sem a necessidade de intubação. O equipamento pode ser usado em tratamentos de outras doenças que causam insuficiência respiratória, como a pneumonia. Além disso, o custo do dispositivo é bem inferior do que os respiradores mecânicos.

Os testes foram iniciados no mês de junho em 10 pacientes internados no Hospital Leonardo da Vinci (HLV), em Fortaleza, designada para atender somente pacientes com covid-19. Com idades entre 37 a 76 anos, os pacientes que participaram da pesquisa tinham alguma comorbidade.

De acordo com o superintendente da Escola de Saúde Pública do Ceará e idealizador do equipamento, Marcelo Alcântara, o dispositivo melhorou os níveis de oxigenação dos pacientes, que não precisaram ser transferidos para a UTI.

"Todos eles estavam usando doses altas de oxigênio e as equipes médicas estavam preocupadas de ter que levá-los para a UTI. Eles saíram de uma situação ruim para uma melhora relativamente rápido", destaca Marcelo Alcântara.

Apesar de os resultados serem positivos, o superintendente ressalta que os estudos clínicos precisam continuar. "A gente vai elaborar um novo projeto, talvez mais amplo, envolvendo novas unidades. Mas, pelo menos, o Elmo já está autorizado para uso. Não há necessidade de se esperar uma nova pesquisa. Isso que é o diferencial", acrescenta.

O uso do equipamento é destinado para os pacientes com a Covid-19 em casos moderados e inicialmente graves.

"Justamente, essa janela de oportunidade que surge quando o paciente está piorando e você precisa aumentar as doses de oxigênio. Esse é o tipo de paciente candidato ao Elmo porque, se eu esperar muito tempo, ele pode piorar e não ter retorno", explica o superintendente.