Com dados incompletos em 3 estados, Brasil tem 204 mortes por covid em 24 h
Com 204 óbitos por covid-19 registrados nas últimas 24 horas, o Brasil registrou mais um dia de queda na média móvel de mortes nesta terça-feira (10): -24% na comparação com 14 dias atrás. Os dados são do consórcio de veículos de imprensa do qual o UOL faz parte.
Três estados, no entanto, não divulgaram seus números completos hoje —São Paulo, Minas Gerais e Rio de Janeiro. Desde a semana passada, o país vem tendo problemas com a divulgação de dados da covid-19 por causa de erros na plataforma e-SUS. Os relatos começaram depois que o sistema do Ministério da Saúde foi supostamente invadido.
Em nota divulgada hoje, o estado de São Paulo voltou a afirmar que o sistema do ministério "permanece inacessível" desde sexta-feira passada, dia 6. Em comunicado divulgado ontem, o órgão afirmou que "ainda está em processo de estabilização da rede".
Ao todo, o país já registra 162.842 óbitos pela doença. Houve 25.517 novos casos da doença registrados de ontem para hoje em todo o país. Desde o começo da pandemia, foram confirmados 5,7 milhões diagnósticos positivos para o novo coronavírus no Brasil.
Dados da Saúde
O Ministério da Saúde informou que registrou 201 novas mortes causadas por covid-19 de ontem para hoje no Brasil. O total de óbitos por causa da doença chegou a 162.829 desde o início da pandemia.
Nas últimas 24 horas, de acordo com a pasta, o país somou 25.012 novos casos da doença, elevando o total de diagnósticos positivos para 5.700.044.
Cinco estados em aceleração
Entre as regiões, o Sul foi a única que voltou a apresentar alta (25%). Já Centro-Oeste (-34%), Norte (-23%) e Sudeste (-42%) tiveram queda na variação da média móvel de mortes. O Nordeste manteve estabilidade (-6%).
Cinco estados tiveram aceleração (ou seja, aumento na variação): Amapá —que não havia divulgado dados nos dias anteriores, por causa do apagão que atinge o estado—, Pernambuco, Paraná, Rio Grande do Norte e Santa Catarina. Doze apresentaram queda, e seis estados e o Distrito Federal mantiveram estabilidade.
Para medir a situação das mortes por causa da covid-19, especialistas indicam usar a média móvel dos óbitos, que calcula a média de registros observada nos últimos sete dias. A operação é a mais adequada para observar a tendência das estatísticas, por equilibrar as variações abruptas dos números ao longo da semana.
O consórcio de veículos de imprensa adotou esse período para verificar as oscilações na média móvel. É possível falar em queda nos números quando a diminuição é maior do que 15% se verificado nos últimos 14 dias —no caso, o período das duas últimas semanas. Caso os números aumentem mais do que 15%, há aceleração da epidemia. Valores intermediários indicam estabilidade.
Veja a situação por estado e no Distrito Federal:
Região Sudeste
- Espírito Santo: estável (+8%)
- Minas Gerais: queda (-48%, até sábado, dia 7) *O estado não divulgou dados de mortos até as 20h de hoje
- Rio de Janeiro: queda (-30%, até sábado, dia 7) *O estado não divulgou dados de mortos até as 20h de hoje.
- São Paulo: queda (-19%, até quinta, dia 5) *O estado não divulgou dados de mortos até as 20h de hoje.
Região Norte
- Acre: estável (0%)
- Amazonas: queda (-36%)
- Amapá: alta (+88%) *O estado divulgou dados primeira vez desde 4/11, por isso a alta
- Pará: estável (-10%)
- Rondônia: estável (+10%)
- Roraima: queda (-33%)
- Tocantins: queda (-48%)
Região Nordeste
- Alagoas: queda (-18%)
- Bahia: estável (-9%)
- Ceará: queda (-39%)
- Maranhão: estável (-11%)
- Paraíba: estável (-16%)
- Pernambuco: em aceleração (+76%)
- Piauí: queda (-25%)
- Rio Grande do Norte: em aceleração (+85%)
- Sergipe: queda (-41%)
Região Centro-Oeste
- Distrito Federal: queda (-8%)
- Goiás: queda (-48%)
- Mato Grosso: queda (-17%)
- Mato Grosso do Sul: queda (-46%)
Região Sul
- Paraná: em aceleração (+113%) *apesar da alta, foram 27 novas mortes
- Rio Grande do Sul: estável (-28%)
- Santa Catarina: em aceleração (+49%)
Veículos se unem pela informação
Em resposta à decisão do governo Jair Bolsonaro de restringir o acesso a dados sobre a pandemia de covid-19, os veículos de comunicação UOL, O Estado de S. Paulo, Folha de S.Paulo, O Globo, G1 e Extra formaram um consórcio para trabalhar de forma colaborativa para buscar as informações necessárias diretamente nas secretarias estaduais de Saúde das 27 unidades da Federação.
O governo federal, por meio do Ministério da Saúde, deveria ser a fonte natural desses números, mas atitudes de autoridades e do próprio presidente durante a pandemia colocam em dúvida a disponibilidade dos dados e sua precisão.
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