Topo

Esse conteúdo é antigo

Secretário de Saúde de SP diz que eficácia da CoronaVac não atingiu 90%

CoronaVac - ADRIANA TOFFETTI/ESTADÃO CONTEÚDO
CoronaVac Imagem: ADRIANA TOFFETTI/ESTADÃO CONTEÚDO

Do UOL, em São Paulo*

24/12/2020 21h18Atualizada em 25/12/2020 17h05

O secretário estadual de Saúde de São Paulo, Jean Gorinchteyn, afirmou hoje que a CoronaVac não atingiu 90% de eficácia no Brasil e que sabia que "a efetividade jamais" atingiria este índice. Os números, no entanto, são inferiores aos do anunciado hoje pela Turquia, que apresentou 91,25% de eficácia nos testes da fase 3 realizados no país

"Todas as vacinas que são formuladas por fragmentos de vírus acabam produzindo menos anticorpos que com vírus vivos, que chamamos atenuados, como sarampo e febre amarela, que produzem proteção menor. Sabíamos que a efetividade jamais atingiria 90%, mas o que nós não imaginamos é que a empresa objetivava um resultado próximo em todos os países", disse Gorinchteyn em entrevista para a rádio CBN.

Por conta do sigilo contratual do Instituto Butantan, o secretário não informou a eficácia exata da vacina, mas garantiu que é superior a 50%, o mínimo, segundo ele, exigido pela OMS.

"Não temos informação (da porcentagem) por questão de sigilo absoluto do Instituto Butantan, mas não atingiu 90% e mesmo não atingindo isso, os valores menores, acima de 50%, estão em níveis que nos permitem fazer redução de impacto de doença na população", disse.

Gorinchteyn garantiu que mesmo com menos de 90% de eficácia, a vacina deve cumprir os requisitos para ser aprovada.

"Não haverá risco de não termos a vacina do Butantan para a proteção de todos nós brasileiros", disse.

Anúncio adiado

No Brasil, ontem, o Instituto Butantan e o Governo do Estado de São Paulo não informaram a taxa de eficácia do teste do imunizante no país, mas anunciaram que apresentou segurança e eficácia suficientes para pedir registro de uso emergencial. Não foi a primeira vez que o anúncio da taxa foi adiado.

Desta vez, a versão oficial do executivo paulista foi que a Sinovac revisará os dados antes que eles sejam encaminhados para a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária). O órgão só deve receber a documentação em até 15 dias, quando analisará as informações e decidirá se aprova o uso do imunizante em território nacional.

Questionado sobre os resultados da Turquia, o instituto paulista disse que "não comenta informações relativas a contratos da Sinovac com outros países".

"Nos testes clínicos realizados no Brasil com 13 mil voluntários, a vacina já se mostrou extremamente segura e em patamar de eficácia acima do indicado pela OMS (Organização Mundial de Saúde)", diz a nota. "Trata-de de um grande avanço, porque, pelos resultados obtidos até agora, a vacinação em massa por meio do imunizante já garantiria expressivas reduções no número de internações por complicações relativas ao coronavírus."

Segundo a equipe do governador João Doria (PSDB), até o fim deste mês, o Butantan vai dispor de 10,8 milhões de doses da vacina da Sinovac em solo brasileiro. Hoje, um carregamento com 5,5 milhões de doses chegou ao Aeroporto de Viracopos, em Campinas (SP).

Para ser usada no Brasil, qualquer vacina deve ter o registro aprovado pela Anvisa.

(Com Reuters)*