Bolsonaro relativiza vacinação no exterior, mas omite sucesso de Israel
O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) criticou a cobertura da imprensa sobre a vacinação contra a covid-19 em outros países, minimizando as campanhas internacionais em andamento, mas sem citar Israel, que já vacinou mais de 10% de sua população.
Em uma publicação em sua conta no Facebook, o mandatário divulgou uma lista na qual Holanda, Japão e Brasil são citados como países que ainda não iniciaram a vacinação. Os Estados Unidos e o Reino Unido aparecem como os únicos com mais de um 1% de sua população vacinada. China, Rússia, Canadá, Itália, Chile, México, Alemanha e Argentina, todos com menos de 1%, também são mencionados.
Bolsonaro ressaltou que poucas doses da vacina da Pfizer foram adquiridas por outras nações. "Por volta de 44 países estão vacinando, contudo a Pfizer vendeu para muitos desses, apenas 10.000 doses. Daí a falácia da mídia como se estivessem vacinando toda a população", criticou.
Israel, que já foi inclusive classificado como uma "inspiração" para o Brasil por Bolsonaro em declarações anteriores, não foi mencionado.
- O Brasil consome 300 milhões de seringas por ano. Também somos um dos maiores fabricantes desse material. - Como...
Publicado por Jair Messias Bolsonaro em Quarta-feira, 6 de janeiro de 2021
Mesmo tendo começado a vacinar sua população depois de outros países, como Reino Unido e Estados Unidos, Israel tem se destacado pela proporção de habitantes imunizados, com a taxa recorde de mais de 12% da população inoculada contra a covid-19. Em relação ao grupo de maior risco, a inoculação já supera os 50% dos cidadãos.
Segundo dados da "Our World in Data", plataforma da Universidade de Oxford, 1,37 milhão de pessoas foram imunizadas no país até segunda-feira (4), de um total de cerca de 9 milhões de habitantes.
O governo local anunciou que dois milhões de pessoas terão recebido uma vacina de duas doses até o final de janeiro.
No mundo inteiro, pouco mais de 14 milhões de pessoas foram imunizadas até o momento, de acordo com a plataforma.
Se o planejamento do governo sair como esperado, o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, afirmou que a imunização em massa e o controle dos casos poderiam permitir que o país suspendesse em março a situação de emergência que vigora desde o início da pandemia.
Bolsonaro diz que só adquire seringa com "preço normal"
Na mesma publicação, Bolsonaro disse que o Ministério da Saúde suspendeu a aquisição do material "até que os preços voltem à normalidade".
Sem apresentar detalhes, ele acrescentou que os estados e municípios têm estoques do material para o início da imunização.
Ontem, o presidente realizou uma visita técnica no Ministério da Saúde, em que recebeu atualizações sobre a estratégia de vacinação no País e as negociações de compras de imunizantes, seringas e agulhas. Ele não deu declaração à imprensa sobre a reunião, que durou cerca de duas horas.
Para apoiadores no retorno ao Palácio da Alvorada, o presidente citou a pressão para iniciar a vacinação e disse que "criaram pânico perante a população".
* Com Estadão Conteúdo
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