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Governo inclui mais 25 milhões de pessoas em grupo prioritário da vacina

Caminhoneiros e transportadores poderão ser vacinados mais cedo agora - JUSTIN TALLIS / AFP
Caminhoneiros e transportadores poderão ser vacinados mais cedo agora Imagem: JUSTIN TALLIS / AFP

Eduardo Militão

Do UOL, em Brasília*

22/01/2021 20h17Atualizada em 22/01/2021 22h19

O Ministério da Saúde aumentou em 25,6 milhões de pessoas o público prioritário para tomar vacinas contra a pandemia de coronavírus. Nesta sexta-feira (22), a pasta enviou ao Supremo Tribunal Federal (STF) a segunda versão do plano nacional de vacinação, documento ao qual o UOL teve acesso.

A nova versão do plano inclui caminhoneiros e trabalhadores de transporte aéreo, marítimo e terrestre na etapa inicial de vacinação. Na primeira versão, entregue em 11 de dezembro ao STF, o ministério havia calculado 51,5 milhões de pessoas nos grupos prioritários —soma que passou para 77,2 milhões de brasileiros, cerca de 37% da população.

O Brasil, no entanto, só dispõe até o momento de 12,8 milhões de doses das vacinas CoronaVac e AstraZeneca, ambas que precisam ser aplicadas em duas doses. A vacinação no país começou esta semana, com prioridade para trabalhadores da área de saúde e povos indígenas, entre outros.

A decisão do ministério de incluir os caminhoneiros foi anunciada em meio a convocações de greve da categoria.

Na segunda-feira (18), o ministro do STF Ricardo Lewandowki havia cobrado a atualização mensal do plano do Ministério "inclusive no tocante ao cronograma correspondente às distintas fases da imunização". O objetivo era obter as datas da imunização para os grupos específicos, como idosos e profissionais de saúde, e também a população em geral.

No documento enviado hoje, porém, não existem datas nos cronogramas e também não há divisão por fases das populações-alvo nem a razão pela qual cada nova categoria foi incluída. O UOL pediu esclarecimentos ao Ministério da Saúde sobre o planejamento e as inclusões, mas não obteve resposta.

Sobre o benefício aos trabalhadores de transporte, o Ministério da Saúde afirmou que o escalonamento dos grupos populacionais para vacinação se dará conforme a disponibilidade das doses de vacina".

Após a publicação deste texto o Ministério da Saúde enviou uma nota à reportagem. Leia a íntegra:

"A segunda edição do Plano de Operacionalização de Vacinação contra a Covid-19 será divulgada nesta sexta-feira (22) no portal do Ministério da Saúde. Houve uma modificação na estrutura, com o desenvolvimento do Plano em linhas gerais, detalhando todos os públicos que serão prioritários para a campanha nacional de vacinação contra a covid-19. Os cronogramas de distribuição das doses com os grupos prioritários correspondentes, definidos de acordo com os quantitativos recebidos e fases da vacinação, serão divulgados por meio de informes técnicos.

É importante esclarecer que caminhoneiros e outros trabalhadores de transporte são grupos prioritários que estão incluídos desde a primeira versão do plano. A diferença da nova versão será a inclusão de algumas informações adicionais, mais detalhadas, sobre cada público.

A definição dos grupos prioritários apresentados no Plano considera a quantidade de doses já garantidas pelo Ministério da Saúde para 2021. Atualmente, o Brasil tem mais de 354 milhões de doses de vacinas garantidas, para 2021, por meio dos acordos com a Fiocruz (254 milhões de doses), Butantan (100 milhões de doses) e Covax Facility (42,5 milhões de doses).

A primeira fase da vacinação contra a Covid-19 conta com as doses aprovadas para uso emergencial pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Diante do quantitativo recebido, até o momento, de 6 milhões de doses, houve a necessidade de um replanejamento dentro das prioridades elencadas inicialmente no Plano de Operacionalização de Vacinação contra a Covid-19. Portanto, dentro do público priorizado para a campanha, foi feito um recorte, levando em consideração pessoas que teriam maior risco de internação e óbito e de exposição ao vírus, bem como o quantitativo de vacina disponibilizado inicialmente. Assim, até a chegada de mais doses de vacina, o Ministério da Saúde recomenda a vacinação no Brasil dos seguintes grupos: pessoas com 60 anos ou mais que vivem em abrigos e asilos; povos indígenas vivendo em terras indígenas; pessoas com deficiência institucionalizadas, a partir dos 18 anos de idade; e uma parte dos trabalhadores da saúde, conforme já divulgado em informe técnico aos estados pelo PNI.

Cabe esclarecer que todos os trabalhadores da saúde serão contemplados com a vacinação, entretanto a ampliação da cobertura desse público será gradativa, assim como os demais públicos prioritários elencados na segunda edição do plano, conforme disponibilidade de vacinas."

*Com a agência de notícias Reuters