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Vacinação particular fere lógica da imunização, diz comitê do Sírio-Libanês

O Hospital Sírio-Libanês - Sebastião Moreira/Efe
O Hospital Sírio-Libanês Imagem: Sebastião Moreira/Efe

29/01/2021 18h24

O Comitê de Bioética do Hospital Sírio-Libanês, instituição privada de São Paulo, emitiu hoje um parecer contrário à compra privada de vacinas contra a covid-19. De acordo com os especialistas, isso vai contra a lógica da própria campanha de vacinação. "O benefício da vacinação é obtido através de estratégia de saúde pública, não como estratégia de saúde individual", afirmam.

O grupo entende que, diante da escassez, oferecer de forma privada as doses da vacina levaria a um acesso prioritário de quem tem mais condições de pagar, resultando em um desrespeito à fila de prioridades, estabelecida com base em critérios de vulnerabilidade.

Além disso, o comitê do Sírio-Libanês acredita que a criação de um mercado de vendas para a iniciativa privada poderia alterar o preço e a disponibilidade das vacinas.

"Distribuir, mesmo que parte das doses, para uma população privilegiada, enquanto a população de maior benefício epidemiológico continuaria esperando, revelaria a escolha da individualidade sobre a equidade", diz o parecer.

Por fim, o comitê sugeriu a colaboração entre os setores público e privado para que, caso os governos não disponham de recursos, empresas possam adquirir os imunizantes e doar 100% das doses para o SUS (Sistema Único de Saúde).