SP: Governo proíbe selfies em cidade que terá estudo de vacinação em massa
Leonardo Martins
Colaboração para o UOL, em São Paulo
12/02/2021 10h33
Os moradores da cidade de Serrana que serão vacinados durante o teste em massa a ser realizado pelo Instituto Butantan no município estão proibidos de fazer qualquer registro fotográfico tomando a vacina CoronaVac. A decisão foi anunciada na manhã de hoje durante entrevista coletiva na cidade.
A justificativa da Prefeitura de Serrana e do Governo de São Paulo é que a vacinação é um estudo científico, não uma campanha de vacinação comum.
"É proibido qualquer registro de filmagem, fotografia, dos voluntários dentro dos centros de vacinação. Se tiver fotografia, está quebrando o sigilo [do teste], então, pode fazer isso por questões éticas", explicou o diretor do Hospital Estadual de Serrana, doutor Marcos Borges, que coordena o estudo na cidade.
A vacinação vai começar na próxima quarta-feira (17). A prefeitura já realiza o cadastro de todos os voluntários maiores de 18 anos que moram na cidade. Por ora, segundo o diretor do Instituto Butantan, Dimas Covas, ao menos 20 mil pessoas já se cadastraram.
Os primeiros resultados do estudo clínico, ainda segundo o Butantan, devem começar a ser publicados em três meses.
Parceira com WhatsApp
O presidente do Instituto Butantan, Dimas Covas, também anunciou uma parceria entre o instituto, o município e o aplicativo de mensagens WhatsApp para monitorar a vacinação na cidade.
A plataforma desenvolveu uma inteligência artificial, batizada de "Tainá", que vai acompanhar cada morador e monitorar as possíveis reações dos voluntários após receberem as doses da vacina.
O diretor de políticas públicas do WhatsApp, Dario Durigan, esteve presente na coletiva de imprensa em Serrana para anunciar o início da campanha.
A escolha por Serrana
O diretor Marcos Borges explicou que o Instituto Butantan escolheu a cidade de Serrana para aplicar o teste porque a cidade tem o tamanho e logística de locomoção ideal.
"É uma cidade relativamente pequena, em cidade grande seria inviável. Temos parceria com Ribeirão Preto, tem hospital estadual e tivemos vários casos ativos de covid-19. Mais de 10 mil pessoas viajam todos os dias para outra cidade e voltam. Essa circulação propaga doenças infectocontagiosas. Todos esses elementos transformam ela numa cidade ideal para um estudo como esse", disse.