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Em meio a colapso, Bolsonaro posta que 'saúde sempre teve problemas'

Jair Bolsonaro tem criticado fechamentos dos comércios na pandemia - Dida Sampaio/Estadão Conteúdo
Jair Bolsonaro tem criticado fechamentos dos comércios na pandemia Imagem: Dida Sampaio/Estadão Conteúdo

Colaboração para o UOL

28/02/2021 10h42Atualizada em 28/02/2021 14h49

O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) criticou mais uma vez o fechamento de comércios, estabelecido por diversos governadores do Brasil por causa do colapso causado pela pandemia de covid-19. Ele minimizou a importância de os hospitais estarem lotados, alegando que "a saúde no Brasil sempre teve seus problemas".

Bolsonaro publicou a imagem de uma matéria de 2015, sobre problemas nos leitos de saúde, e replicou uma mensagem que já tinha sido feita antes no Twitter, com exatamente as mesmas palavras, por um usuário. O Secretário da Cultura, Mário Frias, também publicou a mesma mensagem, um pouco antes do presidente, assim como outros apoiadores.

"A saúde no Brasil sempre teve seus problemas. A falta de UTIs era um deles e certamente um dos piores. Hoje, ao fecharem o comércio e novamente te obrigar a ficar em casa, vem o desemprego em massa com consequências desastrosas para o país", diz a mensagem que tem se espalhado nas redes sociais.

O Brasil registrou ontem a pior média móvel de mortes por covid-19 em toda a pandemia. Segundo dados divulgados pelo consórcio de veículos de imprensa do qual o UOL faz parte, 1.180 brasileiros morreram, em média, nos últimos sete dias. Os dados reforçam que o país está em seu momento mais letal da pandemia, com média móvel acima de mil mortos desde 21 de janeiro, há 38 dias.

Apesar dessa situação, Bolsonaro tem apresentado um discurso negacionista desde o começo da pandemia de covid-19. Inicialmente, ele afirmou que era uma "gripezinha" e que mataria poucas pessoas. Depois, passou a discursar que era preciso priorizar a economia, sem adoção de medidas de restrição ou isolamento social.

Bolsonaro também insistiu em promover a utilização de medicamentos que nunca tiveram eficácia comprovada para prevenir ou combater a covid-19. O governo federal comprou e produziu cloroquina, além de divulgar que ivermectina teria efeito contra a doença. Mas até o laboratório que fabrica internacionalmente este último remédio admitiu que ele não tem utilidade para combater o coronavírus.

O presidente também criticou muito as vacinas contra covid-19. Chamou atenção por dizer que elas poderiam causar efeitos adversos e brincou que poderiam transformar alguém em jacaré.

Bolsonaro ainda entrou em conflito com o governador de São Paulo, João Doria, por causa da CoronaVac, produzida pelo Instituto Butantan e pelo laboratório chinês SinoVac. Bolsonaro chegou a dizer que não ia comprar essa vacina, por desconfiar da China. Mas depois da aprovação da Anvisa para uso emergencial, o Ministério da Saúde adquiriu 130 milhões de doses, que estão sendo produzidas e aplicadas em todo o país.

Recentemente Bolsonaro tem criticado as restrições e até o uso de máscaras. No dia em que o Brasil completou 250 mil mortes, ele afirmou, sem apresentar estudos concretos sobre o assunto, que as máscaras podiam até fazer mal. Mas os principais órgãos de saúde recomendam a utilização desse produto como forma de prevenção. Já na sexta-feira, o presidente ameaçou governadores que estabelecem medidas de restrição a pagaram o auxílio emergencial, responsabilidade do governo federal.