Topo

Esse conteúdo é antigo

Não queremos provocar ninguém, diz Bolsonaro sobre lista com repasses

Jair Bolsonaro disse que lista com repasses foi feita pela Secom - Dida Sampaio/Estadão Conteúdo
Jair Bolsonaro disse que lista com repasses foi feita pela Secom Imagem: Dida Sampaio/Estadão Conteúdo

Do UOL, em São Paulo

02/03/2021 11h14

O presidente da República, Jair Bolsonaro (sem partido), disse hoje que a lista de repasses do governo federal aos estados em 2020, divulgada em seus perfis de redes sociais no último domingo (31), não tinha como finalidade provocar os governadores.

A publicação gerou uma dura resposta por parte dos estados. Ontem, 19 governadores endossaram uma carta na qual apontaram distorção nas contas, que incluíam repasses constitucionais obrigatórios e outras verbas com destinação diversa da Saúde.

"( O que estava ali) é o bruto que receberam. Transferências diretas, indiretas, auxílio emergencial. Valor bruto que tava. (Não) queremos provocar ninguém", disse Bolsonaro, em conversa com apoiadores.

Bolsonaro ainda disse que os dados foram compilados pela Secom (Secretária da Comunicação), sob comando do ministro Fábio Faria, mas que considerava os valores "uma verdade".

"E é uma verdade o que está ali, nada mais além disso", disse Bolsonaro. "Muita gente reclamando da exposição, alguns governadores pediram mais recursos ainda", completou.

Na conta simplificada que retirou do Portal da Transparência, Localiza SUS e Senado Federal, Bolsonaro publicou em seu perfil valores diretos (saúde e outros), indiretos (suspensão e renegociação de dívidas) e colocou à parte o valor do auxílio emergencial.

A postagem ocorreu em um momento em que o governo federal é cobrado a voltar a financiar leitos de UTI (unidade de terapia intensiva) destinados a pacientes com covid-19.

De acordo com os governadores, os dados são distorcidos porque englobam repasses obrigatórios pela Constituição Federal, que estão previstos pelo pacto federativo. Ainda segundo a carta, os recursos efetivamente repassados para a área de Saúde correspondem a uma "parcela absolutamente minoritária dentro do montante publicado".

"Em meio a uma pandemia de proporção talvez inédita na história, agravada por uma contundente crise econômica e social, o Governo Federal parece priorizar a criação de confrontos, a construção de imagens maniqueístas e o enfraquecimento da cooperação federativa essencial aos interesses da população", diz a carta.