Deputados pedem professores e policiais no grupo prioritário de vacinação
Deputados membros da Comissão Externa de enfrentamento à Covid-19 na Câmara dos Deputados pediram pela flexibilização dos grupos prioritários para vacinação contra a Covid-19 pelo Ministério da Saúde. Na reunião de hoje, eles pediram pela inclusão dos profissionais da saúde, educação e portadores de doenças raras e autoimunizantes nas faixas de prioridade.
De acordo com o Plano Nacional de Imunização (PNI), profissionais da saúde, idosos e deficientes institucionalizados estão no grupo de prioridade. Porém, para os parlamentares, a faixa deve ser flexibilizada para atingir os brasileiros que precisam do contato social para desempenho do trabalho e sobrevivência.
A deputada Jandira Feghali (PCdoB-RJ) pediu pela inclusão dos profissionais da educação no grupo prioritário do Plano Nacional, assim como os motoristas de transporte público.
"Eu tenho uma questão concreta aqui no Rio de de escolas que abriram e tiveram que fechar porque os professores se contaminaram com o Covid-19. Muitos andam de transporte coletivo, muitas merendeiras andam de transporte coletivo, abriram a escola para funcionar e tiveram que fechar de novo porque vários se contaminaram com Covid-19", disse.
A fala foi reforçada pela deputada Carla Dicson (PROS-RN). "Muitos estão condicionando a vacinação para a volta as aulas, principalmente os sindicatos", comentou.
Em defesa da vacinação dos policiais, o deputado piauiense Capitão Fabio Abreu (PL) disse que 34 servidores da segurança pública morreram de Covid-19 em seu estado desde o inicio da pandemia. Em oposição, entre os 5 mil presos, considerados prioritários pelo Ministério, apenas um morreu no mesmo período.
Já o deputado Zacharias Calil (DEM-GO) pediu pela priorização dos portadores de necessidades especiais, incluindo os que lutam contra doenças raras autoimunes, mas que não moram em instituições. No Plano Nacional, apenas os institucionalizados foram priorizados no primeiro grupo, deixando os demais para a segunda fase de vacinação.
"Na verdade são pessoas que de fato tem a mesma gradação de deficiência daqueles institucionalizados, mas que estão sob cuidados dos familiares, são os que não foram abandonados pela família. Situações como síndromes raras, paralisia cerebral e outras que impõe uma incapacidade de sobreviver sem um cuidado constante de outras pessoas", defendeu.
Na sua visão, por não viverem em casas de abrigo e por dependerem do contato social para sobrevivência estes não podem ser "ignorados" pelo governo. Os pontos foram referendados pelos demais deputados presentes.
A representante do Ministério da Saúde, Franciele Fontana, disse que por depender do cumprimento do cronograma por parte das empresas, há dificuldades em atender todos os grupos prioritários.
Segundo ela, se o cenário já estive "100% definido em relação às entregas", seria possível informar a data de início de vacinação de todos os grupos prioritários.
Fontana informou que foram 35 reuniões internas para debater os critérios dos grupos prioritários. No objetivo de seguir com o atendimento médico, a classe da saúde foi vista com prioridade, além de idosos e deficientes que vivem em instituições, junto a outras pessoas.
"O maior número de comorbidades está na população de pessoas com 60 anos ou mais. Então quando vacino 60 ou mais já incluo essas comorbidades", defendeu.
Ela alegou que "não tem vacina suficiente" para atender todos os grupos, mas que professores, motoristas de transporte públicos e servidores da segurança pública também estão no Plano como classes prioritárias.
"Eles encontram contemplados desde a segunda versão e vão ser atendidos a medida que tivermos disponibilidade de vacina", argumentou.
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